Justiça
Advogado aciona o CNJ contra juíza que incentivou aglomerações
José Belga Assis Trad aponta ‘infração ético-disciplinar’ por parte da magistrada Ludmila Grilo; prints de redes sociais sustentam pedido


O advogado José Belga Assis Trad cobrou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apure a postura da juíza Ludmila Lins Grilo, que defendeu nas redes sociais aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus.
“Apesar dos esforços deste Conselho Nacional de Justiça, das autoridades sanitárias e dos profissionais de saúde em geral, a juíza Ludmila Lins Grilo passou a defender aberta e entusiasticamente, na sua conta do Twitter, que possui um número expressivo de seguidores (mais de 130 mil), a aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro”, diz o pedido apresentado por Trad e divulgado pelo Consultor Jurídico.
Em uma das postagens apresentadas pelo advogado, a juíza escreveu no Twitter: “Uma cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão”, em referência a uma aglomeração em Búzios (RJ). Em outro post, a magistrada, que trabalha em Buritis (MG), usou a hashtag #AglomeraBrasil para exaltar um vídeo de pessoas aglomeradas na praia.
“Ao se manifestar contra as recomendações das autoridades sanitárias, embora não tenha formação e não seja médica sanitarista, o público que tem acesso ao conteúdo das postagens da doutora passa a confundir a opinião, infundada, da magistrada com a da magistratura”, sustenta Trad.
Além disso, segundo o advogado, “as pessoas que nela confiam por ser uma autoridade integrante do Poder Judiciário certamente serão influenciadas por sua irresponsável e inconsequente manifestação, que, de tão absurda, pode estar a configurar crime de apologia à infração de medida sanitária preventiva”.
No documento por meio do qual acionou o CNJ, Assis Trad pediu a abertura de processo para apurar prática de infração ético-disciplinar.
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