Saúde
‘Vacinaremos aqueles que desejarem’, afirma Pazuello
Após tenso encontro com governadores, ministro defendeu centralização do plano de imunização contra a Covid-19


O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fez um pronunciamento no fim da tarde desta terça-feira 8, horas depois de um encontro com governadores marcado por discussões com João Doria (PSDB), de São Paulo.
Pazuello reforçou que “qualquer vacina vai precisar comprovar sua eficácia, sua segurança e ter um registro da Anvisa”. Ele também repetiu que a vacinação contra a Covid-19 não será obrigatória.
“Todos no Brasil que desejarem terão acesso à vacina. Ofereceremos a vacina e vacinaremos aqueles que desejarem”, disse o ministro.
Ele defendeu a centralização, no governo federal, do plano de imunização contra a Covid-19, em contraposição aos estados que se organizam para avançar com programas locais, como São Paulo. Na segunda-feira 7, o governador João Doria anunciou que o estado iniciará em 25 de janeiro a vacinação com a Coronavac, desenvolvida em parceria pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan.
“Compete ao Ministério da Saúde realizar o planejamento e a vacinação em todo o Brasil. Por isso, o Programa Nacional de Imunização é do Ministério da Saúde. Não podemos dividir o Brasil em um momento difícil”, declarou o general.
Pazuello ainda afirmou que o Brasil já possui “mais de 300 milhões de doses garantidas por meio dos acordos nacionais e internacionais, esperando a aprovação por parte da Anvisa”.
Quanto à vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e pelo laboratório AstraZeneca, o ministro prometeu “100 milhões de doses no primeiro semestre e 160 milhões no segundo semestre, já com tecnologia incorporada”.
Ele também afirmou que o Covax Facility, consórcio coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com outras entidades, permite que o Brasil tenha “acesso inicial a mais 42 milhões de doses”.
Por fim, Pazuello destacou que o governo federal assinou “uma carta de intenções” para adquirir 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, “já iniciando em janeiro de 2021 o recebimento dessas doses”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.