Saúde

Paraná estima vacina russa no começo de 2021 casos testes sejam positivos

‘Dia importante para a continuidade dos nossos trabalhos’, disse diretor da Tecpar. Vacina russa foi criticada por falta de transparência

Paraná estima vacina russa no começo de 2021 casos testes sejam positivos
Paraná estima vacina russa no começo de 2021 casos testes sejam positivos
Diretor do TecPar Jorge Callado (Foto: Governo do Paraná)
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O diretor do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, afirmou nesta sexta-feira 4 que o órgão trabalha com expectativas de que a vacina russa, caso a terceira fase de testes obtenha sucesso, possa ser distribuída a partir de janeiro de 2021.

O assunto voltou à tona após a revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo, ter divulgado  um estudo que indica que a vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune nas duas primeiras fases de testagens.

Callado afirmou que a equipe do Tecpar formada para analisar os protocolos da vacina russa já havia recebido os resultados há cerca de 18 dias, mas que cumpriram com o acordo de confidencialidade proposto. “É um dia importante para a continuidade dos nossos trabalhos”, acrescentou.

Agora, o governo paranaense deve enviar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma série de protocolos preenchidos para receber a autorização de iniciar a fase de testes (3ª e última etapa) no Brasil.

As estimativas são que os documentos sejam enviados até o fim de setembro, e que a resposta final chegue depois de 15 dias.

“As primeiras vacinas para o estudo chegarão assim que a Anvisa e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa autorizarem.  Saindo o resultado, já vamos solicitar o envio das doses [da Rússia] para os testes.”, explicou.

“Serão em torno de dois ou três meses de testes. Com tudo ocorrendo bem e com a obtenção dos registros, podemos ter vacinação no começo de 2021”, disse.

À princípio, essas primeiras doses de vacina teriam que ser de origem russa, já que a fase de compartilhamento de tecnologia e protocolos devem possibilitar a produção nacional somente no segundo semestre do ano que vem, estimou o diretor.

“A vacinação de massa no segundo semestre de 2021 é referente à produção em território brasileiro, mas nada impede que as importações ocorram antes. Esses resultados positivos são bons indicativos. É importante que os dados da fase três comprovem os dados da fase 1 e 2”, disse.

Transparência 

Em relação às críticas feitas às autoridades russas, que registraram a vacina antes mesmo da realização das três fases e não tinham publicado até então nenhum estudo sobre o produto, Callado afirmou que não deve haver “desconfiança” no meio científico, mas sim “busca por evidências”.

O relatório divulgado pela revista mostra que os resultados, referentes às fases 1 e 2 dos testes, não apresentaram efeitos adversos até 42 dias depois da imunização dos participantes. Todos desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) dentro de 21 dias.

“Não vejo como uma corrida [pela vacina], mas um trabalho internacional para que se busque uma solução a nível mundial”, opinou Callado.

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