Saúde

Vacina russa no Brasil: fase de testes aguarda aprovação da Anvisa

Na fase 3, o objetivo é verificar a eficácia em larga escala. Acordo foi fechado com o governo do Paraná

Foto: Governo de São Paulo Vacina teste de coronavírus (Coronavac) sendo aplicada (Foto: GOVESP)
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O caminho dos testes da vacina russa no Brasil, que foi acordado entre o governo do Paraná e autoridades russas no mês de agosto, aguarda a liberação da Anvisa para começar a recrutar voluntários para a fase 3 dos estudos – o final e mais abrangente no processo científico.

O assunto voltou à tona após a revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo, ter divulgado nesta sexta-feira 04 um estudo que indica que a vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune nas duas primeiras fases de testagens.

O governo do Paraná já recebeu informações do laboratório russo Instituto Gamaleya, confirmou na semana passada o diretor do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), Jorge Callado.

Na ocasião, foi informado que o governo deveria submeter à Anvisa, “dentro dos próximos trinta dias”, o protocolo de validação para a fase 3 de estudos clínicos da vacina russa no País. Depois de aprovado, a previsão é que o início dos testes aconteça em mais 15 dias.

“Todas essas informações serão submetidas à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e à Anvisa”, disse Jorge Callado.

Na fase 3, o objetivo é verificar a eficácia em larga escala. As etapas costumam ser conduzidas separadamente, mas, no caso da pandemia, por causa da urgência dos resultados, várias vacinas têm sido testadas simultaneamente em mais de uma fase.

Se aprovado, deverão ser testadas no mínimo 10 mil pessoas no Brasil, com prioridade para profissionais de saúde, afirma o governo paranaense.

Sputnik V gerou desconfiança 

O relatório divulgado pela revista mostra que os resultados, referentes às fases 1 e 2 dos testes, não apresentaram efeitos adversos até 42 dias depois da imunização dos participantes. Todos desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) dentro de 21 dias.

A “Sputnik V” foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança na comunidade internacional.

No mês passado, o diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa da Silva Júnior, afirmou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estava em contato com as autoridades regulatórias da Rússia para receber informações sobre o desenvolvimento da vacina.

Em coletiva de imprensa virtual, Barbosa Júnior afirmou que a OMS só recomendará a vacina quando tomar conhecimento dos procedimentos utilizados.

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