Saúde
Governo Bolsonaro é penúltimo em ranking de transparência
Levantamento da Transparência Internacional aponta falta de detalhamento das contratações emergenciais durante a pandemia
Novo levantamento da organização Transparência Internacional Brasil, divulgado nesta sexta-feira 31, mostra que o governo federal falha em fornecer dados completos sobre a epidemia de coronavírus, especialmente no que diz respeito às contratações emergenciais no combate à covid-19.
Para fazer a análise, o órgão verificou os sites, redes sociais e portais de transparência dos governos estaduais e do Distrito Federal, além de todas as 27 capitais.
O relatório é o terceiro do gênero publicado – os outros dois foram publicados nos dias 29 de junho e 21 de maio -, e coloca a gestão de Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde no penúltimo lugar de transparência, à frente apenas de Roraima.
Em primeiro lugar, está o governo do estado do Ceará. Entre os municípios, Vitória, no Espírito Santo, é a melhor ranqueada. São Paulo, o estado com o maios casos confirmados e mortes provocadas pela covid-19, ocupa a 12ª colocação, com uma pontuação considerada “ótima” nos parâmetros estabelecidos pela organização.
São avaliados desde o formato aberto das informações – ou seja, a disponibilidade de fazer o download dos dados sobre casos, óbitos, testagens, contratos de leitos, profissionais, medicamentos e outros insumos – até a disponibilidade para a população de uma forma mais didática.
A análise feita pela organização diz que o governo federal peca em não disponibilizar dados precisos sobre compras, informações que estariam espalhadas em vários portais ligados a diferentes ministérios e autarquias.
“Outros sites trazem apenas números agregados que, embora possam ser úteis para fins estatísticos e de pesquisa, não facilitam o acompanhamento de contratações individuais pelas organizações da sociedade civil, jornalistas e órgãos de controle. São exemplos disso o Painel de Compras COVID-19 do Portal de Compras do governo federal e o Painel Contratações Relacionadas à COVID-19 da Controladoria-Geral da União (CGU)”, diz o texto.
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