Política

Bolsonaro ameaça e diz que não aceita julgamento político no TSE

Para ele, Forças Armadas jamais aceitariam um ‘julgamento politico’ pra destituir um presidente democraticamente eleito

Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista para o jornalista Marcello D'Angelo da BandNews TV. (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que as Forças Armadas não aceitariam um processo político nos julgamentos de ações que pedem a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Nós, militares das Forças Armadas – que eu também sou militar – somos os verdadeiros responsáveis pela democracia no nosso país. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas nós jamais aceitaríamos um julgamento politico pra destituir um presidente democraticamente eleito”, afirmou o presidente em entrevista à TV BandNews na noite de segunda-feira 15.

A fala do presidente contou ainda com críticas ao processo que corre no TSE. “No meu entender, é começar a esticar a corda. É começar a alimentar uma crise, que não existe da nossa parte. Outra, como vou dar golpe se já sou o presidente, se já sou chefe supremo das Forças Armadas?”, declarou.

Bolsonaro também falou sobre o parecer que ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux deu em relação à atuação das Forças Armadas.

O ministro afirmou que o poder de “chefia das Forças Armadas é limitado”, que não deve ser utilizado para “indevidas intromissões” no funcionamento dos outros poderes e que, principalmente, as Forças Armadas não constituem “poder moderador” no País. Bolsonaro incomodou-se:

“Nem precisava o sr. Luiz Fux, monocraticamente, atender a um pedido do PDT, um partido que tem ligação com a China, com o Partido Comunista Chinês, pra dizer qual é o papel das Forças Armadas, como se o alto comando das Forças Armadas fossem pessoas que não soubessem qual o seu papel numa democracia.”, disse.

“Ninguém do Centrão me pediu ministérios”

Em relação aos recentes movimentos de entregas de cargos públicos para parlamentares do Centrão, que constituiriam uma base de apoio sólida para barrar a abertura de um processo de impeachment de Bolsonaro no Congresso Nacional, o presidente negou a existência de negociações.

“Nós não entregamos. Ninguém do dito Centrão me pediu ministérios, estatais ou bancos oficias, então estamos mantendo nosso compromisso de campanha, assim está sendo feito, e nós conseguimos nos aproximar desses partidos. Agora sou acusado de fisiologismo.”, disse.

Com a recriação do Ministério das Comunicações, dado ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), o governo soma mais um cargo importante associado aos partidos do chamado Centrão, que se movimenta no Congresso de acordo com as negociatas propostas pelo Executivo, prometendo-lhe apoio político.

Já foram remanejados cargos em diretorias do milionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e em um órgão federal que atua contra secas no sertão, cobiçado por parlamentares.

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