Política
Weintraub permanece calado em depoimento à PF no inquérito das fake news
Ida à Polícia Federal ocorre após ministro comparar, em suas redes sociais, ação do STF ao Holocausto


O ministro da educação Abraham Weintraub se manteve calado durante depoimento dado à Polícia Federal no prédio do Ministério da Educação, nesta sexta-feira 29. As informações foram reveladas em reportagem do O Globo. A Polícia tinha marcado o depoimento para amanhã, mas o próprio Weintraub pediu para antecipá-lo.
Weintraub apelou ao direito de manter-se calado durante todo o tempo. O seu depoimento à PF foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das fake news que investiga notícias fraudulentas”, ofensas e ameaças que “atingem a honorabilidade e a segurança” da Corte, de seus membros e de familiares.
Na reunião ministerial do dia 22, o ministro da educação ofendeu os ministros do STF e disse que eles deveriam ir para a cadeia. “Eu por mim colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, disse Weintraub, no encontro comandado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na quarta-feira 27, o ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, informou em uma rede social ter entrado com um habeas corpus preventivo no STF para tentar suspender o depoimento de Abraham Weintraub, à Polícia Federal.
No mesmo dia, contrariado pela operação de busca e apreensão feita Polícia Federal dentro do inquérito das fake news, o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião extraordinária com os seus ministros, para possivelmente articular uma ofensiva contra o STF. Um dos temas do encpntro teria sido a orientação para que Weintraub não prestasse esclarecimentos, contrariando a decisão de Alexandre de Moraes.
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