Política
Bolsonaro sanciona pacote anticrime e mantém “juiz de garantias”
Item foi aprovado a contragosto do ministro Sergio Moro, que foi ao Twitter se manifestar
O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei conhecido como pacote anticrime, aprovado pelo Congresso Nacional há duas semanas. Houve 25 vetos em relação à proposta que passou pelos parlamentares. Os vetos ainda podem ser analisados pelo Congresso Nacional e, possivelmente, derrubados.
O pacote reúne parte da proposta apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e trechos do texto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Um dos itens vetados aumentava a pena para condenados por crimes contra a honra cometidos na internet. Bolsonaro também excluiu o aumento de pena para homicídios com arma de fogo de uso restrito, que poderia incluir profissionais da segurança pública.
O presidente, porém, manteve o trecho que cria a figura do juiz de garantias. Com a medida, aprovada pelo Congresso Nacional, os processos ganham a atuação de dois juízes: um no andamento da ação e outro na sentença.
A preservação do trecho é vista como derrota a Sergio Moro, que se manifestou favorável à eliminação do trecho. Ainda assim, o ministro celebrou a sanção do projeto.
“Não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente”, escreveu Moro, no Twitter, na quarta-feira 25.
Sancionado hoje o projeto anticrime. Não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente.
— Sergio Moro (@SF_Moro) 25 de dezembro de 2019
Para o presidente da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes, não é correto que haja juiz de garantias apenas nas capitais e para crimes de “colarinho branco”, segundo texto que compartilhou em sua rede social.
A criação do juiz de garantias também foi criticada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Em nota pública, a entidade manifestou preocupação com os custos relacionados à implementação e operacionalização da medida, com a criação de pelo menos mais um cargo para cada comarca.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.