Padre fake é cabo eleitoral de Bolsonaro, o Pai da Mentira

No último ‘Manda no Zap’ antes das eleições, Rodrigo Martins fala sobre o debate eleitoral da Rede Globo e a aliança entre Jair Bolsonaro e o ‘Candidato Padre’

Nesta edição, Rodrigo Martins comenta o último debate dos presidenciáveis. Desesperado com a possibilidade de sofrer uma derrota para Lula no primeiro turno, Jair Bolsonaro transformou o encontro na TV Globo em um verdadeiro arraial da desinformação, contando com a parceria, nas palavras da candidata Soraya Thronicke, de um legítimo “padre de festa junina”.

Padre Kelmon, o candidato do PTB, é um sacerdote de mentirinha, vinculado a uma obscura igreja ortodoxa do Peru não reconhecida pelo patriarcado tradicional e acusada de ludibriar fiéis por lá. A atuação do padre fake na TV Globo foi quase perfeita. Ele tumultuou o debate, conseguiu tirar Lula no sério e ainda colou na esquerda a pecha de ser intolerante com os religiosos, mentira repetida à exaustão pelas milícias digitais bolsonaristas. Só não conseguiu disfarçar a dobradinha com Bolsonaro. Ficou na cara que estava ali na posição de cabo eleitoral do capitão, e não de candidato.

Lula deveria estar melhor preparado para lidar com o parlapatão de batina. Estava evidente que Bolsonaro iria apelar para o jogo sujo na reta final da campanha. Logo de cara, ele abriu fogo com sua metralhadora de fake news, e só perdeu o rebolado após ser lembrado dos escândalos de corrupção de seu governo e das falcatruas de sua família.

Durante a semana, Bolsonaro já havia dado mostras da sua disposição de investir pesado na desinformação nos dias que antecedem a eleição. Espalhou, por exemplo, a fake news de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, proibiu o uso de camisas da Seleção brasileira durante a votação. Já a matilha bolsonarista nas redes sociais inventou a cascata de que um sindicato filiado à CUT foi flagrado adulterando urnas eletrônicas.

Cacá Melo

Cacá Melo
Produtor audiovisual em CartaCapital

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