Investigação contra Bolsonaro não se encerra com os áudios

Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, comenta os áudios da reunião entre Bolsonaro, Ramagem, Augusto Heleno e advogadas de Flávio Bolsonaro

Nesta segunda-feira 15, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da gravação de uma reunião realizada em agosto de 2020, com a participação do então presidente Jair Bolsonaro; do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; além de duas advogadas de Flávio Bolsonaro. Segundo a Polícia Federal, a gravação estava no celular de Ramagem e foi apreendida em investigações sobre o uso da Abin para espionar adversários políticos de Bolsonaro. Durante a reunião, Jair Bolsonaro sugeriu procurar o secretário especial da Receita e o então chefe do Serpro, empresa de tecnologia e processamento de dados do Governo Federal, para tratar das investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro no caso das ‘rachadinhas’. O objetivo da consulta seria identificar os servidores que teriam realizado um pente fino nas contas de Flávio e, com isso, subsidiado as investigações sobre um suposto esquema de devolução de parte dos salários dos servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Entretanto, a existência da conversa em si não é suficiente para a formação de um corpo probatório que implique em culpa para Jair Bolsonaro, seus aliados e sua família. Saiba mais na análise de Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP.

Cacá Melo

Cacá Melo
Produtor audiovisual em CartaCapital

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