Caso Monark, crimes de ódio, racha bolsonarista e a privatização da Eletrobras
CartaCapital recebe Ariel de Castro Alves, presidente do grupo Tortura Nunca Mais
Nesta edição, a equipe de CartaCapital conversa com o advogado Ariel de Castro Alves sobre os casos envolvendo o youtuber Monark, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM) e o comentarista Adrilles Jorge, acusados de fazer a apologia do nazismo. Durante um episódio do podcast Flow, com mais de 3,6 milhões de inscritos no YouTube, Monark defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil e Kataguiri lamentou o fato de a Alemanha ter criminalizado a ideologia hitlerista após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo a peculiar visão de mundo da dupla, não se pode tolher a liberdade de expressão, por mais “tosca” que seja a ideia defendida, até porque a sociedade civil se encarregaria de rechaçar ideologias extremistas. Adrilles, por sua vez, fazia um confusa associação entre os crimes do nazismo e do comunismo na TV Jovem Pan quando foi interrompido pelo apresentador William Travassos. Irritado, ele então se despediu com a saudação nazista “Sieg Heil”, deixando os próprios colegas da emissora perplexos. O comentarista acabou demitido e, como de praxe, apresentou-se como vítima do “cancelamento da esquerda”. Segundo ele, não houve saudação nazista alguma, e sim um “tchau”, daqueles que imediatamente evocam a memória do Terceiro Reich por mera e infeliz coincidência.
O discurso encampado pela turma apenas legitima a atuação de grupos criminosos que atuam tanto nas redes sociais quanto nas ruas. Em 2021, a Safernet coletou mais de 14,4 mil denúncias anônimas sobre a atuação de grupos neonazistas na internet. O número é 60,7% superior ao total de casos reportados no ano anterior. De acordo com um levantamento feito pela antropóloga Adriana Dias, existem ao menos 530 células neonazistas em atividade no Brasil, a reunir mais de 10 mil integrantes. Desde que Jair Bolsonaro assumiu o governo, o número de grupos aumentou 270%.
O programa também fala sobre a divisão da base bolsonarista com a proximidade das eleições, sobre o plano do PT para promover a reindustrialização do Brasil em novas bases, em consonância com os princípios da economia verde, e sobre a correria de Paulo Guedes para privatizar a Eletrobrás, negócio de interesse de alguns bilionários, mas lesivo ao Brasil, como já alertou o Tribunal de Contas da União.
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