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O que o seu suor pode significar? Para uma startup americana, lucro
A empresa desenvolveu uma abordagem para ajudar o usuário a entender quanto está perdendo, em que ritmo e com qual carga de eletrólitos, durante a própria atividade, em tempo real
A hidratação costuma ser tratada como um “bom senso” do treino: beber água, observar a sede, repor líquidos ao fim da sessão. O problema é que a sede nem sempre chega a tempo — e a perda de suor não é igual para todo mundo. Em dias quentes, em treinos longos ou em ambientes aquecidos, pequenas diferenças individuais (ritmo, roupa, aclimatação, genética) mudam bastante o quanto cada pessoa perde de fluidos e sais.
Quando essa conta não fecha, o impacto aparece de formas bem concretas: queda de desempenho, fadiga mais cedo, dor de cabeça, cãibras, piora da atenção e maior risco de desconfortos térmicos. A hidratação é vital para qualquer um, atleta ou não. E entender como se hidratar garante uma vida melhor. Mas como a tecnologia pode ajudar nesse aspecto? Uma startup americana resolveu dar atenção ao suor. E tratar sua sede cientificamente.
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Um sensor analisando seu suor
É a partir desse ponto, o benefício de tirar a hidratação do campo da adivinhação, que a Nix Biosensors montou seu negócio. A empresa desenvolveu uma abordagem de monitoramento baseada no suor para ajudar o usuário a entender quanto está perdendo, em que ritmo e com qual carga de eletrólitos, durante a própria atividade, em tempo real.
O principal produto é o Nix Hydration Biosensor, que funciona como um conjunto “pod + patch”: um módulo eletrônico recarregável se prende a um adesivo descartável aplicado no braço, e a leitura é enviada ao app. A Nix indica o uso especialmente em treinos de 45 minutos ou mais, quando a perda acumulada tende a ser mais relevante. A empresa também informa bateria de até 36 horas e transmissão para o aplicativo para orientar “quando, o que e quanto beber” (água e/ou eletrólitos).
Na prática, o ganho para quem usa está no feedback durante o esforço e no histórico de perfil de suor. O app Nix Solo é voltado ao acompanhamento individual (registrando perdas de fluido e eletrólitos e organizando isso em sessões), enquanto o Nix Pro foi desenhado para monitoramento em grupo, com uma visão única para treinadores, equipes, operações táticas ou frentes de trabalho expostas ao calor, onde “um tamanho único” raramente funciona.
Há um detalhe importante: “eletrólitos” não é só um número abstrato. A própria Nix explica que certos recortes (como sódio) podem ser apresentados como estimativas a partir de leituras e referências de literatura científica, não necessariamente como uma medição direta de cada íon isolado — o que ajuda a entender por que esses sistemas precisam de calibração, repetição de sessões e leitura crítica dos dados.

O Nix Hydration Biosensor
Uso não substitui acompanhamento profissional
Também vale o contraponto: a Nix afirma, em seus termos, que o biossensor e os patches são para uso recreativo, não médico, e que as leituras servem como referência, podendo haver limitações relacionadas a características físicas, ajuste do dispositivo e tipo/intensidade da atividade. Ou seja, é um instrumento para orientar decisões de treino e segurança, não um diagnóstico.
Do lado de fora da empresa, análises independentes ajudam a calibrar expectativas. Um review técnico do Precision Hydration, por exemplo, observou subestimações em certas condições e discute que a extrapolação de suor “local” para o corpo todo pode trazer erro, especialmente em taxas altas de sudorese, um ponto relevante para atletas muito intensos ou em calor extremo.
O benefício não fica restrito a provas. Um exemplo de “vida real” fora do endurance é a chegada desse tipo de biossensor a estúdios de hot yoga, onde o calor e a umidade elevam a perda de suor e a percepção subjetiva costuma falhar. E já existem pessoas utilizando os sensores em áreas de calor extremo.
No fim, a promessa prática (sem mágica) é simples: hidratar com mais precisão. Para alguns perfis — quem treina no calor, quem faz sessões longas, quem tem histórico de cãibras, quem precisa gerenciar desempenho com segurança — transformar suor em referência pode significar menos erro por excesso de confiança, e mais autonomia para ajustar rotina, reposição e recuperação com base no próprio corpo.
Este conteúdo foi criado com auxílio de inteligência artificial e supervisionado por um jornalista do ToqueTec
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