Mundo
União Europeia investiga o uso de dados pessoais pelo X para treinar IA
As principais empresas norte-americanas de tecnologia estão no centro das discussões comerciais entre o bloco e os EUA


A autoridade irlandesa de proteção de dados, que atua em nome da União Europeia, abriu nesta sexta-feira 11 uma investigação sobre o uso de dados pessoais pela rede social X para treinar seus modelos de inteligência artificial, particularmente o Grok.
A investigação se refere a “dados pessoais incluídos em publicações de acesso público e publicadas na plataforma de rede social X pelos usuários” na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu, disse a autoridade irlandesa em um comunicado.
Em setembro, o X havia se comprometido a não utilizar determinados dados pessoais de seus usuários europeus para treinar seu programa de IA.
A autoridade irlandesa de proteção de dados divulgou, então, que um procedimento judicial iniciado no Tribunal Superior irlandês sobre o assunto havia sido retirado.
O anúncio de setembro mencionava dados pessoais utilizados entre 7 de maio e 1º de agosto do ano passado. Mas a empresa continuou desenvolvendo seus modelos de inteligência artificial após esta data.
A autoridade irlandesa examinará a conformidade desse desenvolvimento “com várias disposições importantes do RGPD”, o regulamento europeu de proteção de dados, “especialmente com relação à legalidade e à transparência do processamento” das informações, acrescentou o comunicado.
A autoridade irlandesa de proteção de dados possui dispositivos para agir em nome da UE, já que a sede europeia do X está localizada na Irlanda, assim como a de muitos gigantes do Vale do Silício.
As principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo o X, estão no centro das discussões comerciais entre a UE e os EUA. Se estas negociações fracassarem, a Comissão Europeia poderá aplicar impostos sobre elas, ameaçou a presidente do braço executivo da UE, Ursula von der Leyen.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O embaraço de Musk diante da guerra comercial estimulada por Trump
Por André Lucena
Anatel aprova pedido da Starlink, de Elon Musk, para ampliar operação no Brasil
Por CartaCapital
União Europeia prepara multa bilionária contra Musk, diz NYT
Por CartaCapital