Tecnologia

Software de ‘Minority Report’ sai do cinema para a vida real

A cena em que Tom Cruise navega por uma tela movimentando apenas as mãos pode chegar ao mundo real através da companhia Oblong Industries

Funcionário da Oblong demonstra em junho de 2012 o uso do software desenvolvido pela companhia de Los Angeles. Foto: ©AFP / Nicholas Kamm
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WASHINGTON (AFP) – O software por trás do filme “Minority Report – A Nova Lei”, em que Tom Cruise navega por uma enorme tela movimentando apenas as mãos, pode chegar ao mundo real.

A interface desenvolvida pelo cientista John Underkoffler foi comercializada pela companhia Oblong Industries como uma maneira de filtrar grandes quantidades de vídeos e outros tipos de informações.

Ainda que possa ser usado pela polícia e por serviços de inteligência, o software não é um programa de investigação “pré-crime” como o ilustrado no longa de ficção científica dirigido por Steven Spielberg.

O diretor-executivo da Oblong, Kwin Kramer, garante que o programa pode ajudar na busca por informações em meio a um “um grande arquivo de dados”. Ele pode ainda promover vídeoconferências aprimoradas, permitindo que os participantes compartilhem dados de diversos dispositivos, como smartphones e tablets, integrados em uma ampla tela.

“Acreditamos que o futuro da computação terá múltiplos usuários, telas e dispositivos”, explicou Kramer à AFP. “Esse sistema é útil em problemas relacionados a um grande fluxo de trabalho”, acrescentou.

Um componente-chave do sistema é sua interface gestual, um ambiente operacional espacial que a companhia chama de “g-speak”.

Esse artifício veio de um projeto desenvolvido por Underkoffler quando ainda era um cientista do prestigiado Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) para o filme “Minority Report”, antes de se tornar o principal cientista da start-up Oblong.

“Temos versões demo desse tipo de software que demonstram perfeitamente a experiência do usuário do ‘Minority Report’, permitindo que você avance ou retorne pelas telas a qualquer momento, ou dê zoom para observar os detalhes”, descreveu Kramer.

Ele contou que o mesmo software pode ajudar empresários a “ter melhor colaboração, visualização e análise de uma grande quantidade de informações”.

“Você pode ter muitos dados, mas é complicado fazer uso de tudo”, disse Kramer.

“Pode estar em diferentes máquinas e, assim, fica difícil de acessar. Com o programa, diversas pessoas poderão ver o conteúdo”.

Interfaces gestuais têm sido desenvolvidas para outras empresas, incluindo a Microsoft, com o Kinect, mas a Oblong afirma ter sistemas mais sofisticados que podem usar o Kinect e outros aparelhos.

O sistema, altamente sensível, usa uma luva especial para garantir uma maior precisão do que a mão ou outros elementos normalmente usados.

Mas a grande pergunta feita à Oblong é: como os usuários podem obter o software “Minority Report”?

O vice-presidente de vendas da companhia, David Schwartz, disse que “recebemos ligações de pessoas no serviço militar que falam ‘Eu quero a interface ‘Minority Report'”.

Ele conta ainda que o sistema pode ser usado para versões mais realistas das interfaces supertecnológicas de programas de TV, como o “CSI”.

O que torna a versão real do software diferente da vista no filme é que a Oblong não fornece a análise necessária para a se tornar uma ferramenta “pré-crime”, nome dado na ficção ao programa através do qual a polícia do futuro podia prever os crimes e evitar que acontecessem.

Isso não impede que uma companhia ou organismos que trabalham para a justiça usem o software e acrescentem suas próprias redes de análise.

“Achamos que a polícia e os serviços de inteligência armazenam grandes bases de dados e nossa tecnologia é a líder”, considera Kramer.

Ele disse que Oblong ainda não tem clientes ligados ao governo dos Estados Unidos ou de outros países, mas oferece “um provedor central de tecnologia”.

Ainda assim, a Oblong aproveita o seu papel nos filmes para invadir a realidade, mesmo que o software não seja exatamente igual à produção cinematográfica de 2002.

“Acho que muita gente olha para as interfaces ‘Minority Report’ e imagina que poderiam usar esse sistema tão flexível em seus próprios escritórios ou estúdios de design”, comenta Kramer.

“Não é ficção científica, é real”, conclui.

Leia mais em AFP Movel.

WASHINGTON (AFP) – O software por trás do filme “Minority Report – A Nova Lei”, em que Tom Cruise navega por uma enorme tela movimentando apenas as mãos, pode chegar ao mundo real.

A interface desenvolvida pelo cientista John Underkoffler foi comercializada pela companhia Oblong Industries como uma maneira de filtrar grandes quantidades de vídeos e outros tipos de informações.

Ainda que possa ser usado pela polícia e por serviços de inteligência, o software não é um programa de investigação “pré-crime” como o ilustrado no longa de ficção científica dirigido por Steven Spielberg.

O diretor-executivo da Oblong, Kwin Kramer, garante que o programa pode ajudar na busca por informações em meio a um “um grande arquivo de dados”. Ele pode ainda promover vídeoconferências aprimoradas, permitindo que os participantes compartilhem dados de diversos dispositivos, como smartphones e tablets, integrados em uma ampla tela.

“Acreditamos que o futuro da computação terá múltiplos usuários, telas e dispositivos”, explicou Kramer à AFP. “Esse sistema é útil em problemas relacionados a um grande fluxo de trabalho”, acrescentou.

Um componente-chave do sistema é sua interface gestual, um ambiente operacional espacial que a companhia chama de “g-speak”.

Esse artifício veio de um projeto desenvolvido por Underkoffler quando ainda era um cientista do prestigiado Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) para o filme “Minority Report”, antes de se tornar o principal cientista da start-up Oblong.

“Temos versões demo desse tipo de software que demonstram perfeitamente a experiência do usuário do ‘Minority Report’, permitindo que você avance ou retorne pelas telas a qualquer momento, ou dê zoom para observar os detalhes”, descreveu Kramer.

Ele contou que o mesmo software pode ajudar empresários a “ter melhor colaboração, visualização e análise de uma grande quantidade de informações”.

“Você pode ter muitos dados, mas é complicado fazer uso de tudo”, disse Kramer.

“Pode estar em diferentes máquinas e, assim, fica difícil de acessar. Com o programa, diversas pessoas poderão ver o conteúdo”.

Interfaces gestuais têm sido desenvolvidas para outras empresas, incluindo a Microsoft, com o Kinect, mas a Oblong afirma ter sistemas mais sofisticados que podem usar o Kinect e outros aparelhos.

O sistema, altamente sensível, usa uma luva especial para garantir uma maior precisão do que a mão ou outros elementos normalmente usados.

Mas a grande pergunta feita à Oblong é: como os usuários podem obter o software “Minority Report”?

O vice-presidente de vendas da companhia, David Schwartz, disse que “recebemos ligações de pessoas no serviço militar que falam ‘Eu quero a interface ‘Minority Report'”.

Ele conta ainda que o sistema pode ser usado para versões mais realistas das interfaces supertecnológicas de programas de TV, como o “CSI”.

O que torna a versão real do software diferente da vista no filme é que a Oblong não fornece a análise necessária para a se tornar uma ferramenta “pré-crime”, nome dado na ficção ao programa através do qual a polícia do futuro podia prever os crimes e evitar que acontecessem.

Isso não impede que uma companhia ou organismos que trabalham para a justiça usem o software e acrescentem suas próprias redes de análise.

“Achamos que a polícia e os serviços de inteligência armazenam grandes bases de dados e nossa tecnologia é a líder”, considera Kramer.

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Ainda assim, a Oblong aproveita o seu papel nos filmes para invadir a realidade, mesmo que o software não seja exatamente igual à produção cinematográfica de 2002.

“Acho que muita gente olha para as interfaces ‘Minority Report’ e imagina que poderiam usar esse sistema tão flexível em seus próprios escritórios ou estúdios de design”, comenta Kramer.

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