Tecnologia
Plataforma X ignora multa na Austrália sobre combate à pedofilia
Por falta de pessoal, a taxa de detecção de conteúdo pedófilo da rede caiu de 90% para 70% nos três meses posteriores à aquisição da rede por Elon Musk


A rede social X (ex-Twitter) não pagou uma multa imposta pelo regulador australiano de Internet por violar as normas relativas à luta contra a pedofilia, disse o órgão nesta terça-feira (14).
Em meados de outubro, o ente regulador eSafety impôs uma multa de 610.500 dólares australianos (US$ 388.000, ou R$ 1,9 milhão na cotação atual) à rede social de Elon Musk por não implementar recursos suficientes para esta questão. O prazo para pagá-la expirou em 10 de novembro.
“O Twitter/X não pagou a multa no prazo previsto, e a eSafety está considerando medidas adicionais”, disse um porta-voz do regulador à AFP.
A diretora da eSafety, Julie Inman Grant, havia exigido que X tomasse “ações concretas” para livrar a rede de todo o conteúdo pedófilo.
“O Twitter/X afirma, publicamente, que a luta contra a exploração sexual de crianças é sua prioridade número um, mas não podemos nos conformar com palavras vazias”, acrescentou.
O bilionário Elon Musk demitiu mais de 80% do pessoal de X desde que comprou a rede social em abril, incluindo muitos dos moderadores responsáveis por identificar e remover conteúdos problemáticos.
A taxa de detecção de conteúdo pedófilo da rede caiu de 90% para 70% nos três meses posteriores à aquisição, de acordo com a eSafety.
Em junho, Inman Grant observou, de forma mais geral, um aumento “na toxicidade e no ódio” no conteúdo veiculado pela rede desde sua mudança de proprietário.
Procurada pela AFP, a plataforma X não quis comentar o assunto.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Plataforma X, antigo Twitter, começa a cobrar novos usuários por funções básicas
Por AFP
X, ex-Twitter, processa organização de combate ao ódio nas redes sociais
Por AFP