Tecnologia
O encanador
À frente da Apple, Cook prometeu acabar com os vazamentos à mídia de novos produtos. Não rolou
Tim Cook subiu ao palco pela primeira vez depois de assumir a Apple, após a morte de Steve Jobs, durante a conferência All Things D, em maio deste ano. O evento anual, organizado pelo Wall Street Journal, costuma ter como prato principal uma entrevista com algum importante executivo da indústria da tecnologia. Cook usou a entrevista para estabelecer alguns parâmetros da sua futura gestão. Um dos pontos sublinhados foi que a empresa se preocuparia mais em manter segredos industriais e evitaria que detalhes de produtos vazassem antes da hora do lançamento.
Caso Cook fosse julgado só por esse parâmetro, o primeiro ano à frente da Apple poderia ser considerado um fracasso: a maioria dos produtos mostrados pela empresa em evento na quarta-feira 12 eram conhecidos desde abril. O site 9to5 Mac especulou a respeito do novo iPod Touch naquele mês. Fotos do iPhone 5 vazaram na internet em maio. Detalhes dos novos fones de ouvido dos aparelhos surgiram no começo deste mês. Horas antes da apresentação de Cook, o próprio site da empresa confirmava, mediante uma simples busca, que era mesmo “iPhone 5” o nome da nova geração de smartphones da Apple.
Os constantes vazamentos não tiram o mérito dos avanços contidos nos aparelhos. Muito embora façam das apresentações da empresa uma espécie de bingo tecnológico: estava tudo previsto na cartela, era só confirmar os números.
O iPhone 5 ficou com tela de 4 polegadas, maior do que os modelos anteriores, usa um processador mais rápido, bateria de oito horas de duração mesmo com uso intenso, câmera embutida de oito megapixels e chassi de alumínio e vidro mais fino do que o de modelos anteriores. “É o melhor telefone que já produzimos”, disse Phil Schiller, vice-presidente mundial de marketing da Apple, durante a apresentação. O iPod Touch também ganhou repaginação, com tela igual ao do iPhone 5 e chassi mais fino, ou seja, só falta fazer ligações telefônicas.
O iPod Nano talvez tenha sido o produto mais interessante entre os mostrados pela Apple. Os designers da empresa parecem testar nele seus conceitos. O caçula da família ganhou uma tela maior, capaz de captar toques simultâneos e a capacidade de gravar instantaneamente a programação do rádio FM embutido. É possível pausar um programa e retomá-lo quando preferir.
Os novos aparelhos, e o iPhone 5 em particular, parecem ir de encontro à clássica afirmação da Apple segundo a qual seus produtos são revolucionários. Nenhum deles é revolucionário, mas talvez seja isso mesmo o que a empresa pretendia.
Os consumidores estão acostumados com o desenho do iPhone, com o jeito e a maneira de operar do seu sistema. Assim a empresa os mantém fiéis à marca com evoluções graduais. Os vazamentos dos segredos acabaram por fazer com que os consumidores lentamente desejassem o que viria, e saíssem satisfeitos dos lançamentos.
A Apple, de certa maneira, entregou exatamente o que prometeu. O que não deixa de ser um modo interessante de fazer um fracasso de gestão transformar-se em sucesso comercial.
Tim Cook subiu ao palco pela primeira vez depois de assumir a Apple, após a morte de Steve Jobs, durante a conferência All Things D, em maio deste ano. O evento anual, organizado pelo Wall Street Journal, costuma ter como prato principal uma entrevista com algum importante executivo da indústria da tecnologia. Cook usou a entrevista para estabelecer alguns parâmetros da sua futura gestão. Um dos pontos sublinhados foi que a empresa se preocuparia mais em manter segredos industriais e evitaria que detalhes de produtos vazassem antes da hora do lançamento.
Caso Cook fosse julgado só por esse parâmetro, o primeiro ano à frente da Apple poderia ser considerado um fracasso: a maioria dos produtos mostrados pela empresa em evento na quarta-feira 12 eram conhecidos desde abril. O site 9to5 Mac especulou a respeito do novo iPod Touch naquele mês. Fotos do iPhone 5 vazaram na internet em maio. Detalhes dos novos fones de ouvido dos aparelhos surgiram no começo deste mês. Horas antes da apresentação de Cook, o próprio site da empresa confirmava, mediante uma simples busca, que era mesmo “iPhone 5” o nome da nova geração de smartphones da Apple.
Os constantes vazamentos não tiram o mérito dos avanços contidos nos aparelhos. Muito embora façam das apresentações da empresa uma espécie de bingo tecnológico: estava tudo previsto na cartela, era só confirmar os números.
O iPhone 5 ficou com tela de 4 polegadas, maior do que os modelos anteriores, usa um processador mais rápido, bateria de oito horas de duração mesmo com uso intenso, câmera embutida de oito megapixels e chassi de alumínio e vidro mais fino do que o de modelos anteriores. “É o melhor telefone que já produzimos”, disse Phil Schiller, vice-presidente mundial de marketing da Apple, durante a apresentação. O iPod Touch também ganhou repaginação, com tela igual ao do iPhone 5 e chassi mais fino, ou seja, só falta fazer ligações telefônicas.
O iPod Nano talvez tenha sido o produto mais interessante entre os mostrados pela Apple. Os designers da empresa parecem testar nele seus conceitos. O caçula da família ganhou uma tela maior, capaz de captar toques simultâneos e a capacidade de gravar instantaneamente a programação do rádio FM embutido. É possível pausar um programa e retomá-lo quando preferir.
Os novos aparelhos, e o iPhone 5 em particular, parecem ir de encontro à clássica afirmação da Apple segundo a qual seus produtos são revolucionários. Nenhum deles é revolucionário, mas talvez seja isso mesmo o que a empresa pretendia.
Os consumidores estão acostumados com o desenho do iPhone, com o jeito e a maneira de operar do seu sistema. Assim a empresa os mantém fiéis à marca com evoluções graduais. Os vazamentos dos segredos acabaram por fazer com que os consumidores lentamente desejassem o que viria, e saíssem satisfeitos dos lançamentos.
A Apple, de certa maneira, entregou exatamente o que prometeu. O que não deixa de ser um modo interessante de fazer um fracasso de gestão transformar-se em sucesso comercial.
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