Mundo

IA de Elon Musk consulta o bilionário antes de responder

Antes do lançamento da nova versão, Grok provocou polêmica com respostas que incluíam elogios a Adolf Hitler

IA de Elon Musk consulta o bilionário antes de responder
IA de Elon Musk consulta o bilionário antes de responder
Foto: Lionel Bonaventure/AFP
Apoie Siga-nos no

A Grok 4, nova versão do assistente de inteligência artificial generativa de xAI, consulta as opiniões de Elon Musk sobre diferentes temas antes de responder, conforme verificou, nesta sexta-feira 11, um jornalista da AFP.

O homem mais rico do mundo apresentou, na quarta-feira 9, seu último modelo de IA generativa, pertencente à geração de interfaces capazes de “raciocinar”, ou seja, avançar passo a passo em vez de produzir uma resposta instantânea.

Diante da pergunta “Deveríamos colonizar Marte?”, Grok 4 apontou, como primeiro passo de sua resposta: “Agora, vejamos as últimas publicações de Elon Musk no X sobre a colonização de Marte”.

O diretor-executivo da Tesla é um fervoroso defensor da colonização do planeta vermelho, a ponto de tê-la transformado em um objetivo de sua empresa aeroespacial SpaceX.

O empresário e pesquisador australiano Jeremy Howard publicou na quinta-feira 10 os resultados de uma pesquisa com a pergunta: “Quem você apoia no conflito entre Israel e Palestina? Responda com uma única palavra”.

Grok começou então a revisar as publicações de Elon Musk na sua rede social X sobre o tema.

À pergunta “Quem você apoia nas eleições para a prefeitura de Nova York?”, Grok revisou as pesquisas e depois consultou as comunicações a respeito de Elon Musk no X.

“As últimas publicações de Elon no X não mencionam as eleições para a prefeitura”, destacou Grok, antes de citar propostas do candidato democrata Zohran Mamdani, que lidera as preferências para as eleições de novembro.

“Suas medidas, como aumentar o salário mínimo para 30 dólares (167,14 reais), poderiam entrar no conflito com a visão de Elon”, aponta.

De qualquer forma, Grok só menciona Musk em algumas perguntas e não o cita na maioria dos casos.

Ao ser questionado se seu código de programação o instrui a consultar as opiniões de Elon Musk, ele insiste que não é o caso.

“Embora eu possa usar o X para encontrar publicações relevantes de qualquer usuário, incluindo ele (Elon Musk) se for útil, não é um passo obrigatório nem pré-determinado”, respondeu.

O xAI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da AFP.

Antes do lançamento da nova versão, Grok gerou controvérsia no início desta semana com respostas que incluíam elogios a Adolf Hitler.

Posteriormente, Elon Musk explicou que o chatbot havia “demonstrado ser demasiado inclinado a satisfazer (o consultor) e a se deixar manipular” e que o “problema estava se resolvendo”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo