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Ceará será autosuficiente apenas com energia eólica, diz governador

Cid Gomes diz que estado terá toda sua energia a partir da matriz dos ventos até 2016

Ceará será autosuficiente apenas com energia eólica, diz governador
Ceará será autosuficiente apenas com energia eólica, diz governador
Cid Gomes, governador do Ceará, promete que até 2016 o estado será autosuficiente em energia eólica.
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Até 2007, o Ceará era totalmente dependente de fornecedores de energia de outros estados. Na época, o estado “importava” 100% da energia que precisava e possuía apenas um par de termelétricas que funcionavam emergencialmente. Mas de lá para cá, o governo cearense se tornou um dos maiores investidores em energias alternativas e renováveis  do País e planeja, até 2016, ser autosuficiente apenas com os parques eólicos que já estão em construção.

“Já produzimos 519MW de energia eólica, o que corresponde a 56% da produção nacional. Com os 18 parques e 69 usinas já contratadas produziremos 1818MW até 2016. Esse valor atende a todas as demandas de nosso estado”, declarou o governador cearense Cid Gomes.

Para ele, a autosuficiência energética é importante para o desenvolvimento do estado e da região Nordeste. “Toda região que pretenda crescer tem que possuir um suprimento seguro de energia. E não há forma melhor de se resolver esse problema, senão pelo investimento em energias alternativas”, diz.

Além da energia dos ventos, o Ceará também é pioneiro em investimento e pesquisas que extraem energia da luz do sol e da movimentação das marés.

Exemplo disso é a construção do maior parque de energia solar comercial do mundo, terá capacidade de 50MW quando as obras estiverem concluídas. “O Ceará tem a preocupação de investir em pesquisa e financiar projetos sustentáveis por meio do Proeólica e do FIES (Fundo de Incentivo à Energia Solar). Programas que incentivam o aproveitamento de duas fontes limpas e abundantes no estado”. Além da energia solar e eólica, o estado já iniciou experimentos em maremotriz, em parceria com a UFRJ e a Eletrobrás.

Carência tecnológica

No entanto, o investimento cearense em pesquisa e inovação não condiz com a realidade brasileira. “Não se discute tecnologia no Brasil, se discute apenas financiamento e projetos de instalação”, reclama Everaldo Alencar Feitosa, fundador da empresa Eólica Tecnologia.

O mesmo diz Luiz Pinguelli Rosa, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Programa de Planejamento Enérgito da Coppe-UFRJ. “Nós possuímos as fabricas de materiais básicos, mas a tecnologia que é o que importa não foi transferida”, afirma. “Precisamos de uma política industrial casada com a tecnológica para o Brasil.”, completa.

A reclamação é comum entre os analistas e explica-se pelo fato do Brasil planejar investir 529% na matriz eólica, entre 2010 e 2015 – maior investimento entre todas as matrizes renováveis – e ainda depender da importação de equipamentos para a implementação de seus parques. Outros emergentes como Índia e China já possuem tecnologia própria e possuem empresas entre as dez maiores empresas eólica do mundo.

Segundo projeções da Agência Internacional de Energia, em 2020, o Brasil estará entre os cinco países que mais utilizarão energia eólica no planeta.

Por conta disso, uma política industrial para o setor passa a ser uma questão estratégica e de soberania nacional, defende Rosa. De forma mais pragmática, o gerente geral de negócios em Energia da Petrobras, Renato Costa, sugere uma “exigência maior no nível de conteúdo nacional mínimo para as empresas participarem do leilão”.

Além de desenvolver e tornar mais competitiva a indústria nacional, o investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico é necessário para que o País conheça as características de seus ventos e possa aplicar a tecnologia que melhor os aproveite.

Atualmente, parcerias e convênios entre grupos como a ABEEólica e empresas como a Petrobras com universidades e centros de pesquisa estão apenas começando. “O Brasil precisa de parcerias para criar Think Tanks. Por meio deles, o Brasil poderá ter inovação tecnológica, incremento da indústria e queda nos custos da implementação dos campos”, defende Jean Paul Prates, presidente da Cerne.

Até 2007, o Ceará era totalmente dependente de fornecedores de energia de outros estados. Na época, o estado “importava” 100% da energia que precisava e possuía apenas um par de termelétricas que funcionavam emergencialmente. Mas de lá para cá, o governo cearense se tornou um dos maiores investidores em energias alternativas e renováveis  do País e planeja, até 2016, ser autosuficiente apenas com os parques eólicos que já estão em construção.

“Já produzimos 519MW de energia eólica, o que corresponde a 56% da produção nacional. Com os 18 parques e 69 usinas já contratadas produziremos 1818MW até 2016. Esse valor atende a todas as demandas de nosso estado”, declarou o governador cearense Cid Gomes.

Para ele, a autosuficiência energética é importante para o desenvolvimento do estado e da região Nordeste. “Toda região que pretenda crescer tem que possuir um suprimento seguro de energia. E não há forma melhor de se resolver esse problema, senão pelo investimento em energias alternativas”, diz.

Além da energia dos ventos, o Ceará também é pioneiro em investimento e pesquisas que extraem energia da luz do sol e da movimentação das marés.

Exemplo disso é a construção do maior parque de energia solar comercial do mundo, terá capacidade de 50MW quando as obras estiverem concluídas. “O Ceará tem a preocupação de investir em pesquisa e financiar projetos sustentáveis por meio do Proeólica e do FIES (Fundo de Incentivo à Energia Solar). Programas que incentivam o aproveitamento de duas fontes limpas e abundantes no estado”. Além da energia solar e eólica, o estado já iniciou experimentos em maremotriz, em parceria com a UFRJ e a Eletrobrás.

Carência tecnológica

No entanto, o investimento cearense em pesquisa e inovação não condiz com a realidade brasileira. “Não se discute tecnologia no Brasil, se discute apenas financiamento e projetos de instalação”, reclama Everaldo Alencar Feitosa, fundador da empresa Eólica Tecnologia.

O mesmo diz Luiz Pinguelli Rosa, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Programa de Planejamento Enérgito da Coppe-UFRJ. “Nós possuímos as fabricas de materiais básicos, mas a tecnologia que é o que importa não foi transferida”, afirma. “Precisamos de uma política industrial casada com a tecnológica para o Brasil.”, completa.

A reclamação é comum entre os analistas e explica-se pelo fato do Brasil planejar investir 529% na matriz eólica, entre 2010 e 2015 – maior investimento entre todas as matrizes renováveis – e ainda depender da importação de equipamentos para a implementação de seus parques. Outros emergentes como Índia e China já possuem tecnologia própria e possuem empresas entre as dez maiores empresas eólica do mundo.

Segundo projeções da Agência Internacional de Energia, em 2020, o Brasil estará entre os cinco países que mais utilizarão energia eólica no planeta.

Por conta disso, uma política industrial para o setor passa a ser uma questão estratégica e de soberania nacional, defende Rosa. De forma mais pragmática, o gerente geral de negócios em Energia da Petrobras, Renato Costa, sugere uma “exigência maior no nível de conteúdo nacional mínimo para as empresas participarem do leilão”.

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