O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recuou da proposta de substituir a meta de redução das queimadas e desmatamento em 90% até 2023 por uma outra que previa proteção a uma área de 390 mil hectares da floresta amazônica, equivalente a 0,07% de sua área total.
Segundo o jornal O Globo, o recuo foi motivado pela área técnica do Ministério da Economia, que já tinha julgado a proposta como insuficiente em ofício encaminhado pela pasta.
“Tem-se que a meta proposta para o combate ao desmatamento e incêndio florestal no País objetiva proteger 0,07% da cobertura florestal amazônica com um projeto piloto de pagamento de serviços ambientais da floresta.”, dizia o texto.
O jornal Estado de S. Paulo revelou na terça-feira 4 documentos que mostravam a intenção de Salles junto a outros interlocutores do governo. Ele pretendia substituir a meta pactuada de reduzir em 90% as queimadas e desmatamento até 2023 pelo programa Floresta+ Amazônia, que, ainda em fase incipiente, planejava garantir formas de recompensação financeira pela integridade da floresta.
A proposta vem em mais um momento crítico para Salles na pasta, de onde já foi tirado do poder de negociação com fundos internacionais e nacionais que pressionam por ações combativas na Amazônia.
A permanência do ministro é vista por parlamentares e defensores do meio ambiente como insustentável para firmar compromissos com a agenda ambiental. À frente do papel, está o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o também criticado Conselho da Amazônia.
Os números, novamente, apontam para mais um ano de tragédia ambiental. Somente no consolidado até junho, 2020 já havia batido recorde histórico de desmatamento no bioma – período que não considerou a totalidade do período de secas, que se estende até setembro.
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