Política

Salles atribui aumento de queimadas a ‘questões ideológicas’

O ministro afirmou que o ‘lobby’ de movimentos ambientalistas impede atuação nas regiões atingidas

(Foto: Gilberto Soares/MMA)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que a ideologia de alguns políticos e tomadores de decisão faz com que os focos de incêndio aumentem na região do Pantanal, para além de fatores climáticos como aumento de temperatura e redução nas chuvas.

 

Em entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira 17, o ministro citou como um dos fatores ideológicos o impedimento de incêndios controlados para evitar acúmulo de material inflamável.

“Quando você proíbe fazer o uso de fogo preventivo em período adequado, o chamado ‘fogo frio’ ou ‘queima controlada’, vai acumulando massa orgânica e, quando pega fogo, ninguém controla. E o pessoal nos estados, ao invés de apoiar e incentivar o uso do fogo controlado, por uma questão de visão ideológica [não incentiva]. Então, temos a ausência do uso controlado do fogo, por questão ideológica”, disse.

Ele também citou uma perseguição à pecuária extensiva no País. “Houve uma retirada ou diminuição substancial do gado criado solto, o gado a pasto. Essa perseguição contra a pecuária extensiva no Brasil. Com isso, cresce muito capim, mato, e queima muito”, acrescentou.

Ainda elencou como um terceiro fator o “lobby” de movimentos ambientalistas que impedem o uso de substâncias químicas para retardar a proliferação dos incêndios. “O mundo todo usa. Estados Unidos, Europa, Canadá, todo mundo usa os bloqueadores de fogo. É um produto químico parecido com fertilizantes que você mistura na água da aeronave [que atua em queimadas] e o combate ao incêndio se torna cinco vezes mais eficiente. E tem uma visão dessa turma aí, que diz ‘a gente não concorda com retardante, é melhor não usar’, e o troço torando o pau lá”, completou.

Salles também disse não apoiar o crescimento do garimpo ilegal na Amazônia e declarou que o avanço se dá pela falta de oportunidades de desenvolvimento na região. Ainda emendou que a atividade pode trazer um crescimento econômico à população local.

“O garimpo por si só pode ser feito de uma maneira menos agressiva ao meio ambiente, com licenciamento ambiental, dentro das regras, desde que a gente não tenha essa politicagem que a esquerda colocou, alguns a serviço de interesses financeiros e outros por desvios ideológicos. O fato é que, ao dizer que não pode ter nenhuma atividade, você joga a pessoa para a ilegalidade”, afirmou.

“O garimpeiro ilegal, o invasor de terra, o grileiro ou o cara que rouba madeira não é diferente do jovem da favela dos grandes centros urbanos que, na ausência de alternativa, acaba sendo cooptado pelo tráfico para uma série de crimes. Isso não quer dizer que está certo”, completou.

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