O País vai ficar sem dados de desmatamento no cerrado a partir de abril, por falta de verba. O cenário fez com que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desmobilizasse a sua equipe de pesquisadores dedicados ao projeto, que vai ser descontinuado após a data. O monitoramento é essencial para a tomada de ações na preservação do bioma.
A verba que mantinha a equipe se encerrou em 31 de dezembro e o órgão não tem mais recursos para dar continuidade ao programa. O financiamento das atividades era feito via Forest Investment Program (FIP), administrado pelo Banco Mundial.
A verba de 9 milhões de dólares era dividida entre o Inpe, para a pesquisa, e outras duas universidades. Para manter a equipe e o projeto, com um total de 20 pessoas, seriam necessários 2,5 milhões de reais ao ano, mas o financiamento se esgotou.
A descontinuidade da iniciativa acontece em meio a um crescimento do desmatamento no bioma. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, houve um aumento de 7,9% no desmatamento, que alcançou a marca de 8531 km².
O Inpe tenta conseguir nova verba com a formatação de um novo projeto de monitoramento de biomas brasileiros, que incluiria o Cerrado e seria financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ainda não há retorno sobre a aprovação.
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