Sustentabilidade

PF descarta envolvimento de brigadistas nas queimadas em Alter do Chão

Brigadistas voluntários de Alter do Chão ficaram presos por dois dias e foram acusados, na época, de incendiarem propositalmente região

Os brigadistas de Alter do Chão, no Pará (Foto: Tiago Silveira/Amazônia Real)
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A Polícia Federal do Pará está prestes a arquivar inquérito contra quatro brigadistas voluntários de Alter do Chão (PA), que foram presos em novembro de 2019 após serem acusados de atear fogo propositalmente na floresta.

O caso teve ampla repercussão devido ao desencontro da denúncia apresentada pela Polícia Civil do Pará, que deflagrou a operação responsável por prender os voluntários, e as investigações do Ministério Público Federal, que associavam as queimadas a atividades de grileiros.

“Por se tratar de um dos balneários mais famosos do país, a região é objeto de cobiça das indústrias turística e imobiliária e sofre pressão de invasores de terras públicas”, disse o MPF na época.

De acordo com o portal ambientalista O Eco, que teve acesso ao relatório do delegado responsável, as investigações confirmaram que as áreas apontadas pela Polícia Civil, na época, não estavam relacionadas ao verdadeiro incêndio que correu pela região.

“Dessa forma, considerando que foram feitos diversos estudos técnico-científicos e levantamentos e que apesar de todos os esforços empreendidos, nenhum resultou em uma definição significativamente clara de autoria, e que efetivamente não existe nenhum elemento que comprove a ação de algum dos investigados para a ocorrência do incêndio, resta prejudicado o apontamento autoral”, diz o relatório da PF.

A Polícia, no entanto, não conseguiu encontrar provas suficientes para indiciar culpados pelo incêndio na região.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), chegou a trocar o delegado responsável pelo caso quando as contradições começaram a aparecer.

A prisão foi usada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelo presidente Jair Boslonaro como uma suposta prova de que ONGs que atuam na Amazônia são prejudiciais ao combate à destruição do bioma. Ambos eram pressionados pelos índices recordes de queimadas na floresta na época – números que vieram a ser confirmados posteriormente.

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