Sustentabilidade
Pantanal registra maiores queimadas para setembro na história, mostra INPE
Cifra supera a de 2005 e afirma que queimadas atuais são as maiores desde então
O mês de setembro já é o pior em número de queimadas no Pantanal desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998: foram 6.048 pontos de queimadas registrados no bioma desde o dia 1º até quarta-feira 23.
O recorde mensal anterior era de agosto de 2005, quando houve 5.993 focos de incêndio no bioma.
Em agosto, foi registrado o segundo maior número de queimadas para o mês; julho também registrou um recorde mensal.
Até 2018, Pantanal era bioma com menos perda de território
Dados divulgados pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira 24 afirmam que, dos anos 2000 até 2018, o Pantanal foi o bioma que apresentou os menores decréscimos de áreas naturais. Em termos absolutos, foram 2.109 km² perdidos, o que representa 1,6% do território.
Para o órgão, que nomeou a agropecuária como o grande motivo dos desmatamentos do Cerrado e Amazônia, os biomas mais degradados no período, a atividade precisa seguir o fluxo de cheias típicas do pântano para ganhar “competitividade” sem degradar a região.
As investigações sobre as queimadas deste ano apontam para incêndios criminosos feitos por fazendeiros.
“A pastagem na vegetação campestre é o uso tradicional da região há cerca de dois séculos, com manejo pouco intenso e a manutenção do gado seguindo o regime de cheias e vazantes. O investimento no manejo do pasto, com o plantio de diferentes espécies de forrageiras exóticas e a formação de pastos delimitados, tem maior rentabilidade e vem substituindo a forma tradicional de pecuária na região, para que a atividade ganhe competitividade”, diz o relatório do IBGE.
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