Sustentabilidade
Ministro do Turismo diz que ‘apenas 10%’ das praias do NE foram atingidas
Ministro defendeu que praias sem manchas aparentes estão próprias para o banho ao anunciar crédito de 200 milhões para o turismo


Em coletiva nesta sexta-feira 25 para tratar dos impactos do vazamento de óleo no Nordeste, que ocorrem há quase dois meses, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, defendeu que as praias sem manchas aparentes estão próprias para banho e criticou uma comunicação negativa do acidente por parte da imprensa.
“Quando eu digo ‘as praias do Nordeste’, eu digo aqui que menos de 10% das praias foram atingidas pelo óleo. A impressão que talvez nós estamos passando – e aí eu falo de responsabilidade da imprensa também – é essa. Se menos de 10% foi impactada, a gente [precisa] tratar essa situação de uma forma responsável do ponto de vista de divulgação. A impressão é que as praias do Nordeste foram inviabilizadas, o que não é verdade”, disse.
Segundo o Ibama, 88 municípios e 233 localidades foram afetados pelas manchas de óleo no litoral da Região Nordeste. Já são mais de mil toneladas de resíduos recolhidos, apesar de Pernambuco e Alagoas apontarem que os dois estados já tiraram mais de duas mil toneladas de piche do mar.
Além do ministro, estavam presentes o comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Leonardo Puntel, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e autoridades locais do governo de Pernambuco. A reunião foi feita em Porto de Galinhas (PE).
Marcelo Álvaro Antônio anunciou a liberação de um fundo de crédito emergencial para pequenos empreendimentos que tenham sido afetados pelo vazamento no valor de 200 milhões. O valor virá do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), que é administrado, no Nordeste, pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Estado de Sergipe.
De acordo com ele, os editais para participação serão liberados nos próximos dias. Segundo o ministério, as condições para pagamento do empréstimo e os prazos vão ser melhores do que os oferecidos para outras linhas para ajudar pequenos empreendimentos a superar uma possível retração nas atividades.
O ministro negou-se a responder perguntas sobre o suposto envolvimento dele com candidaturas laranjas no PSL, partido que faz parte e que vem sendo palanque de disputa entre Eduardo Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente nacional da sigla.
*Com Agência Brasil
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