Militares cotados para atuarem na Operação Verde Brasil 2, que é direcionada para o combate ao desmatamento na Amazônia, estariam usando recursos públicos destinados à floresta para comprarem tinta e pintarem batalhões. A denúncia foi feita pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira 20.
Segundo documentos obtidos pela reportagem, o Centro de Intendência da Marinha do município de Ladário, no Mato Grosso do Sul, gastou R$ 244 mil em compra de tinta para a reforma de um batalhão na fronteira com a Bolívia. Um dos lotes seria do tipo “premium”, com custo de R$ 566 a unidade – foram adquiridas 212 latas dessa categoria.
Além do Mato Grosso do Sul sequer ser um dos estados pertencentes à Amazônia Legal, que é por onde a floresta se encontra no País, os dados levantados dão conta de uma utilização de apenas 0,8% dos R$ 60 milhões que o governo Bolsonaro anunciou para a operação, coordenada pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, enquanto responsável pelo Conselho da Amazônia.
O Ministério da Defesa não respondeu os questionamentos acerca da compra de tinta feitos pela reportagem, mas afirmou que a maior parte dos gastos empenhados – ou seja, com marcação determinada para o uso – pela Operação foi destinado à manutenção de helicópteros devido à utilização desses na inserção na mata.
A Operação Verde Brasil II, que está na alçada militar de Mourão, executou apenas 0,7% do orçamento prometido até o momento. O decreto milionário de Garantia de Lei e Ordem (GLO) também não tem mostrado resultados significativos em relação ao prometido pelo Conselho da Amazônia.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login