Sustentabilidade

Maioria concorda que Brasil deve aumentar áreas de preservação ambiental, diz pesquisa

Para maior parte dos brasileiros, o agronegócio é o principal vilão na preservação da Amazônia

Foto: AFP Foto: AFP
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A maior parte dos brasileiros acredita que o País deveria destinar mais áreas para preservação ambiental, vê a atuação de indígenas e ONGs ambientalistas como as melhores nos cuidados da Amazônia e encara com ceticismo o mesmo papel por parte dos ruralistas.

Estes são alguns dos recortes observados na pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a Amazônia”, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa encomendada Confederação Nacional da Indústria e publicada nesta terça-feira 3.

A pesquisa foi realizada como preparativo para o Fórum Mundial Amazônia+21, que acontece entre os dias 4 e 6 de novembro de forma on-line. O Fórum reúne especialistas, empresários e gestores públicos para debater caminhos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Foram entrevistadas 2.000 pessoas com idade a partir de 18 anos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Para 77% dos entrevistados, o País deveria destinar mais áreas de preservação ambiental. Cerca de 22% afirmaram que já se preserva o suficiente no território.

Outros 83% concordaram com a afirmação de que “a preservação ambiental da floresta amazônica é muito importante para o crescimento do País, pois o desenvolvimento nacional depende do meio ambiente protegido”.

Os resultados do estudo mostram que 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o Brasil é capaz de explorar a floresta de forma inteligente, e 93% concordaram com a afirmação de que preservar a Amazônia é fundamental para a economia.

No entanto, ainda há divisão sobre o que significa a expressão “desenvolvimento sustentável”.

Para 55% dos entrevistados, o conceito busca abranger a preocupação com o meio ambiente, sociedade e geração de empregos; já 35% acredita que é garantir que a natureza e os recursos naturais não sejam mais explorados pelos humanos. Outros 8% responderam que é ter um investimento maior em produção e exploração de recursos naturais. Apenas 1% afirmou que o termo não era melhor definido por nenhuma das afirmações e 2% não soube responder.

Brasileiro preocupa-se com meio ambiente

De forma geral, 77% dos entrevistados responderam que se preocupam “muito” com o meio ambiente. Outros 17% responderam “mais ou menos”, 4% afirmaram que se preocupam “pouco” e 2% afirmaram que não se importam em “nada”.

Questionados sobre as informações recebidas acerca das principais ameaças aos biomas brasileiros, 60% dos entrevistados em nível nacional afirmaram escutar que os incêndios florestais são a pior ou a segunda pior ameaça, lista seguida pelo desmatamento (28%) e poluição das águas (15%).

Para os moradores das regiões que compõem a Amazônia Legal, 57% afirmaram que se são atingidos por algum problema ambiental – porcentagem que é de 49% para as demais unidades federativas e de 50% no cenário geral dos brasileiros. As queimadas, a poluição de rios e mares e os impactos do aquecimento global foram citados como as três piores causas de problemas para aqueles que afirmaram se sentir afetados.

De quem é a culpa?

Para 91% dos brasileiros, o governo federal tem “muita responsabilidade” quando o assunto é a preservação do bioma. Em segundo lugar, aparecem os governos estaduais (87%) e o Congresso Nacional (89%).

A pesquisa também indica que os brasileiros têm uma visão positiva de povos indígenas e ONGs na preservação da Amazônia, e negativa do agronegócio e do meio político.

Questionados sobre quem têm feito bem o papel de zelar pelo bioma, estão os indígenas, os ribeirinhos e os quilombolas com 58% das avaliações positivas; as ONGs ambientalistas (47%) e as universidades (39%).

Na outra ponta, os atores que menos contribuem são os fazendeiros e pecuaristas (42% de avaliação ruim/péssimo), Congresso Nacional (40%), governos estaduais (36%), governo federal (35%), países estrangeiros (35%) e empresas que atuam na região (35%).

Quando o assunto é o interesse internacional na Amazônia, recorte que costuma ser tratado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro como uma ameaça à soberania do País, há uma divisão de ideias: 50% acreditam que outros países não querem que o Brasil explore os recursos da Amazônia, enquanto 45% afirmam que a pressão de outros países é uma forma de se interessar apenas pela preservação da floresta. Os 6% restantes não souberam responder (3%) ou acreditam que a situação não se enquadra nas duas opções dadas (3%).

Leia a pesquisa na íntegra.

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