Sustentabilidade

Instituto Onça Pintada é autuado por negligência pelo Ibama após morte de 72 animais

Segundo o órgão, os animais foram predados por animais silvestres, envenenados, picados por serpentes ou espancados por similares. Do total, 52 são espécies ameaçadas de extinção

Créditos: Reprodução Redes Sociais
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O Instituto Onça Pintada, com sede em Mineiros (GO), foi autuado por negligência e multado em R$ 472 mil pelo Ibama após a morte de 72 animais. As informações são do site Metrópoles. A instituição foi criada em 2002 com a missão de promover a conservação da onça-pintada.

Um relatório do órgão, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, aponta que ao menos 72 animais que estão sob a guarda do Instituto Onça-Pintada morreram nos últimos sete anos por negligência ou imperícia. O Ibama ainda aponta que outros 53 animais morreram no criadouro desde 2017, e que o dano ambiental pode ser maior ainda, uma vez que a causa da morte é descrita como desconhecida em 17 casos.

A multa à ONG foi aplicada em junho deste ano e soma três infrações: matar 72 espécimes da fauna silvestre nativa em desacordo com a autorização obtida; praticar maus tratos aos 72 animais ao não lhes garantir segurança nos recintos em que estavam presos; e por fazer funcionar atividade utilizadora de recursos ambientais contrariando normas legais ao expor os bichos. Além disso, o instituto foi embargado para atividades de visitação, recebimento, destinação, alienação (a qualquer justificativa) e reprodução de espécimes até a apresentação de projetos de conservação adequados.

Segundo o Ibama, animais como macacos, veados, pássaros, lobos e onças vieram a óbito predados por animais silvestres, envenenados, picados por serpentes ou espancados por similares. Do total, 52 são espécies ameaçadas de extinção.

“O IOP não possui capacidade técnica e estrutural para manutenção de animais com segurança. Os animais ali mantidos estão sujeitos à ataques de predadores silvestres e de ratos sem que possam fugir ou se defender, pois estão presos. Também são imperitos em aproximar animais de outro de sua espécie sem fazê-lo com cautela e de forma gradual, o que culmina em morte decorrente de espancamento pelos demais. O controle de roedores é realizado de forma inadequada ou negligente, o que possibilita o acesso dos animais do plantel ao veneno e consequente morte por envenenamento”, informou o órgão, em nota.

À reportagem, a defesa do instituto Onça Pintada apontou que as infrações foram aplicadas sem a ausência de prévia e indispensável imposição de advertência. Também negou que haja um alto índice de mortandade no criadouro e assegura não ser possível atribuir as mortes a atos de negligência, imprudência ou imperícia.

Citou, por exemplo, que o instituto se localiza em uma região de muita incidência de animais selvagens e que, embora esteja atento às melhores técnicas aplicáveis, pode ficar sujeito às intempéries inerentes à existência em tal ambiente, como casos em que animais conseguiram romper os equipamentos de segurança que resguardam os recintos. No caso dos envenenamentos, a defesa explicou que a substância tóxica somente foi acessada pelos animais pois teria sido carregada pelos próprios roedores para o interior dos recintos. Já em relação às brigas entre animais da mesma espécie, o instituto diz se tratar de algo comum à natureza animal (e humana).

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