Sustentabilidade
Ibama cobra mais detalhes da Petrobras sobre exploração na foz do Amazonas
A área do litoral brasileiro é apontada como o novo ‘pré-sal’ pelo seu potencial petrolífero


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou o novo pedido da Petrobras para explorar petróleo na região conhecida como foz do Amazonas, na Margem Equatorial. O órgão ainda pediu mais informações à petroleira sobre como a estatal planeja a operação no local.
Agora, a Petrobras deve enviar ao Ibama novas informações para uma decisão final sobre o arquivamento ou não do processo. A estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 170 km da costa do Amapá e a 2.880 metros de profundidade.
Para avançar, o empreendimento precisa da concessão de licença para Avaliação Pré-Operacional (APO). O órgão ambiental analisa os indicadores de biodiversidade, magnitude dos impactos, persistência dos impactos e comprometimento da área.
“Apesar do avanço dos estudos apresentados pela empresa, os técnicos do Instituto solicitaram mais detalhamentos pontuais para a adequação integral do plano ao Manual de Boas Práticas de Manejo de Fauna Atingida por Óleo, como a presença de veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências”, disse o Ibama em nota.
Os planos da empresa de explorar a região são vistos com desconfiança por ambientalistas, que questionam os impactos ao ecossistema. Ao todo, a Margem Equatorial é uma área 2.200 quilômetros ao longo da costa, próxima à Linha do Equador, e é apontada como o novo “pré-sal”, por causa do potencial de produção de petróleo.
Ela começa no Amapá e vai até o litoral do Rio Grande do Norte, passando pelas bacias: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e foz do Amazonas. A área do litoral brasileiro é apontada como o “novo pré-sal” pelo seu potencial petrolífero.
Região onde está localizada a Margem Equatorial. Foto: Petrobras/Reprodução
Atualmente a Petrobras tem autorização para fazer perfurações na parte que abrange o litoral do Rio Grande do Norte, mas ainda não conseguiu a liberação do Ibama para avanços exploratórios na parte mais ao norte do país.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Petrobras pede mais prazo à ANP para explorar margem equatorial
Por Agência Brasil
Petrobras vai participar da exploração de petróleo na África do Sul
Por Agência Brasil
‘Bando de imbecis’, diz Lula sobre quem defende privatização da Petrobras
Por CartaCapital