Greve mundial cobra ação em relação ao clima e leva milhares às ruas

Estudantes trocaram as aulas por manifestações nesta sexta-feira para cobrar medidas efetivas contra as mudanças climáticas

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Um estudante de 16 anos, em um dia comum no meio do período letivo, decidiu não comparecer às aulas na escola onde estuda, em Estocolmo, para sentar-se em frente ao Parlamento sueco com uma placa que dizia: “greve escolar pelo clima”. Meses depois, o movimento iniciado pela jovem Greta Thunberg chegaria ao que pode ser a maior greve por mudanças climáticas já registrada, e que ocorre nesta sexta-feira 15 ao redor do globo, com mobilizações de estudantes de mais de 100 países.

Em Paris, cerca de 29 mil pessoas, de acordo com a polícia, participaram da marcha na cidade. Os organizadores falam em 40 mil. Pelas redes sociais, local pelo qual Greta e outros jovens ativistas engajaram estudantes sobre a paralisação, é possível ver a participação de cidades como Istambul, Cidade do Cabo, Barcelona e também cidades brasileiras, como Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro. O site oficial do FridaysForFuture (Sextas pelo Futuro, como foi nomeado o movimento) contém um mapa com os locais onde estão previstos protestos.

Em Nova York, em frente ao prédio das Nações Unidas, estudantes fingiram-se de mortos para cobrar um posicionamento dos políticos, especificamente do presidente Donald Trump – responsável por tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, firmado historicamente em 2015 como o compromisso global de reduzir a emissão de gases estufa. No ato, era possível ver cartazes como “quando os adultos agem como crianças, as crianças devem agir”.

A troca da sala de aula pelas ruas tem a intenção de declarar urgência em relação a como autoridades encaram as mudanças no clima. Segundo relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), no final de 2018, a lentidão em reduzir a emissão de gases estufa pode resultar em um aumento de 1,5ºC na temperatura média do planeta já entre 2030 e 2052. Apesar de 30 anos de alertas sobre as sérias consequências do aquecimento global, as emissões de dióxido de carbono atingiram níveis recordes em 2017 e 2018.

Em movimento inédito, jovens asiáticos também foram às ruas pedir ações pelo clima. Manifestantes da China, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Índia, Indonésia, Malásia, Singapura e Filipinas participaram do protesto.

Vale dizer que os países asiáticos estão entre os maiores poluidores do mundo e na China, greves e manifestações civis não são permitidas e a defesa do meio ambiente é um tema ainda pouco debatido.

*Com AFP e RFI

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