Sustentabilidade

Governo tira sociedade civil de Fundo Nacional do Meio Ambiente

Fundo era composto por membros do governo e da sociedade civil, que foram excluídos do processo de escolha dos projetos financiados

Governo tira sociedade civil de Fundo Nacional do Meio Ambiente
Governo tira sociedade civil de Fundo Nacional do Meio Ambiente
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente da República, Jair Bolsonaro. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e publicado nesta quinta-feira 06 no Diário Oficial da União tira todos os membros da sociedade civil da participação no Fundo Nacional do Meio Ambiente, que passa a ser administrado apenas por membros do governo – um movimento contrário aos propósitos fundadores do Fundo.

De acordo com o novo modelo, o Fundo terá uma comissão administrativa composta por membros da Casa Civil e Ministérios do Meio-Ambiente e da Economia, além do ICMBio e do Ibama. Em contraponto ao declarado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente na lei anterior, perderam voz os seguintes postos:

“Um representante da Agência Nacional de Águas – ANA;

um representante da Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente – ABEMA;

um representante da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente – ANAMMA;

um representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – FBOMS;

um representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC;

um representante de organização da sociedade civil, de âmbito nacional, indicada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA;

e cinco representantes de organizações não-governamentais ambientalistas, na proporção de um representante para cada região geográfica do País.”

De acordo com o que fiz a lei sobre o Fundo, ele tem natureza “contábil e financeira” para destinar recursos a projetos aprovados pelo conselho deliberativo. Para 2020, o Fundo possui cerca de R$ 33 milhões de reais disponíveis para o financiamento de iniciativas sustentáveis.

Na descrição original do projeto, que ainda constava no site do Ministério do Meio Ambiente nesta quinta-feira, “o FNMA é o mais antigo fundo ambiental da América Latina e é referência pelo processo transparente e democrático na seleção de projetos”.

O texto ainda destaca que a presença de representantes do governo e da sociedade civil “garante o controle social na execução de recursos públicos destinados a projetos socioambientais em todo o país”.

A descrição do Fundo Nacional do Meio Ambiente ainda não foi alterada, até esta quinta-feira 06, no site do Ministério do Meio Ambiente. Diretrizes presentes na fundação do Fundo já não são mais válidas. (Foto: Reprodução)

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