Governo pernambucano critica Flávio Bolsonaro por propor cruzeiros em Noronha

O governo pernambucano, comandado pelo governador Paulo Câmara (PSB), reagiu negativamente à notícia de que entidades federais estariam se mobilizando para atrair cruzeiros turísticos à área de Fernando de Pessoa, arquipélago localizado nos mares pernambucanos. A iniciativa foi apresentada pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais.

“As 21 ilhas do arquipélago abrigam uma biodiversidade única e não podem ser alvo do modelo de turismo predatório sugerido no vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro e o presidente da Embratur, Gilson Machado”, diz a nota da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, a Semas.

Em um vídeo, o senador fala que o governo Bolsonaro está “desatando os nós” da relação de turismo pretendida. Gilson Machado, em seguida, afirma que foram aprovados mais 12 pontos de naufrágio com a Marinha brasileira para estimular o mergulho de apreciação.

View this post on Instagram

Temos a maior vocação para turismo náutico do mundo . Estamos em implantação do maior programa de recifes artificiais da América tropical, para mergulho de contemplação. No Rio de Janeiro, conseguimos homologar 13 novos pontos para naufrágios, mais um museu subaquático com estátuas submersas! Nosso governo não se detem aos gabinetes,estamos vistoriando todos os pontos homologados pela @marinhadobrasil junto com o presidente da @embraturbrasil @mturismo , vamos divulgar para o mundo. PS.: Estou aqui por recursos próprios, zero de dinheiro público.

A post shared by Flávio Bolsonaro (@flaviobolsonaro) on Feb 28, 2020 at 1:03pm PST

Fernando de Noronha é, desde 2001, reconhecido e tombado pela UNESCO como patrimônio mundial da humanidade. Possui uma série de espécies de corais e peixes, e, por isso, tem entrada regulada pelo ICMBio com o pagamento de uma taxa, depois revertida em estrutura para as ilhas.

De acordo com a secretaria, Flavio e Gilson “desconhecem a existência da limitação do número de visitantes em Fernando de Noronha e as consequências de colocar na ilha mais de 600 pessoas de uma só vez, como acontece no caso dos navios de cruzeiro”.

“Fica claro como os representantes do Governo Federal se ocupam muito mais em querer impor um tipo de visitação que não respeita a natureza do que focalizar sua energia em iniciativas que respeitam o meio ambiente ou que ofereçam melhores condições de vida aos moradores do arquipélago.”, escreveu o secretário José Bertotti.