Sustentabilidade

Focos de queimada em parque de onças-pintadas no Pantanal persistem

Incêndio na região conta ainda com tempo seco para se alastrar com mais facilidade

Combate aos focos de calor no Pantanal matogrossense, em 2020 (Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)
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As chamas que há mais de 40 dias destroem parte do Pantanal mato-grossense atingiram o Parque Estadual Encontro das Águas, localizado na região de Porto Jofre, na cidade de Poconé (MT), a cerca de 102 quilômetros de Cuiabá. Segundo o governo do Mato Grosso, a região reúne a maior concentração de onças-pintadas do mundo.

 

Não há atualizações mais recentes sobre o apaziguamento das chamas. O Corpo de Bombeiros do MT afirmou nesta quarta-feira 09 para CartaCapital que os focos de incêndio continuam ativos.

Na terça-feira 08, o Corpo de Bombeiros enviou mais duas equipes para auxiliar os 46 bombeiros que já tentavam conter o avanço do fogo na região, protegendo prioritariamente as áreas onde há pousadas, fazendas ou uma das 140 pontes de madeira existentes ao longo da Rodovia Transpantaneira (MT-060).

Já no dia 07, o trabalho dos bombeiros e brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) salvou sete crianças e duas mulheres cuja casa estava cercada pelo fogo, na região de Porto Jofre.

Além da presença de 122 agentes de vários órgãos públicos e do emprego de cinco aeronaves, o combate ao incêndio dentro do parque estadual tem o apoio de moradores da região, que disponibilizaram máquinas, carros-pipas e tratores para a ação, que faz parte da Operação Pantanal II, deflagrada em 7 de agosto.

Fogo foi causado para criar pasto 

De acordo com o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN) – região de Barão de Melgaço, o incêndio foi provocado com o propósito de queimar a vegetação desmatada “para criação de área de pasto para gado”

Em outro local, denominado Fazenda São José, o fogo começou por causa da “queima de raízes para o uso de fumaça a fim de retirar os favos de mel”, em uma área onde se costuma fazer extração de mel de abelhas silvestres.

A perícia diagnosticou também causas acidentais. Na Fazenda Espírito Santo, a máquina agrícola que fazia limpeza de área e juntava o material colhido para fazer feno “pegou fogo e começou o incêndio na região.”

Na Rodovia Transpantaneira, a causa do incêndio florestal foi um veículo que pegou fogo, após acidente no qual despencou do barranco próximo a uma ponte na estrada. Na Rodovia Helder Cândia, um cabo de alta tensão se rompeu e as faíscas provocaram o incêndio.

A apuração das razões dos incêndios havia sido prometida pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.

“A Secretaria estadual do Meio Ambiente tem tecnologias suficientes para identificar minuto a minuto o que acontece no estado de Mato Grosso. Uma região de incêndios dessa nós recuperamos as imagens do Sistema Planet, e nós vamos ter imagens que podem demonstrar quando o fogo começou, aonde ele começou, em que ponto começou”, disse Mendes após fazer vistoria aérea do local no dia 18 de agosto.

De acordo com a Lei nº 9.605/1998, é crime “provocar incêndio em mata ou floresta” com pena de “reclusão, de dois a quatro anos, e multa”.

*Com informações da Agência Brasil

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