Sustentabilidade
Desmatamento na Amazônia registra primeira grande queda sob governo Lula
Em abril, área destruída caiu 67,9%, em relação ao mesmo período de 2022; taxa é a menor dos últimos três anos
O desmatamento na floresta amazônica caiu 68% em abril, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Dados do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram 329 km² de alertas de desmatamento em abril de 2023, a menor taxa nos últimos três anos.
Os estados do Amazonas (89 km²), Pará (86km²) e Mato Grosso (80km²) foram os estados com maiores alertas em abril de 2023. O volume, apesar da redução, ainda é considerado alto por especialistas.
Os dados preliminares mostram o primeiro registro positivo na proteção ambiental sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que enfrentou dificuldades no combate ao desmatamento, dado o desmonte dos órgãos de proteção e monitoramento herdado da gestão anterior.
Abril representou o primeiro mês da interrupção da sequência de dois meses de desmatamento elevado no ano. Embora ainda seja cedo para se prever uma tendência, especialistas apontam que os dados refletem um bom sinal.
“São vários fatores que podem estar relacionados. Temos, óbvio, essa mudança de governo, pode ter uma influência, sim”, afirmou Daniel Silva, especialista em conservação da WWF-Brasil à agência de notícias Reuters. “A agenda ambiental foi retomada, mas sabemos que precisa de tempo para poder colher os frutos dessa retomada”, completa.
Desde o início da gestão petistas diversas ações foram tomadas para combater o desmatamento florestal, como a forte investida contra o garimpo ilegal, exploração ilegal de madeira e outros ilícitos ambientais que contribuem para a baixa da área de floresta preservada.
Além disso, houve reestruturação nos ministérios e um aumento significativo no número de atividades de fiscalização ambiental, resultando no aumento de multas e áreas embargadas nos últimos meses.
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