Desmatamento: Amazônia registra 2º pior índice para setembro

Dados foram atualizados pelo Inpe nesta sexta-feira 9 e demonstram que patamar de desmatamento nos meses de seca dobrou

(Foto: CARL DE SOUZA / AFP)

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) atualizou nesta sexta-feira 9 os dados referentes ao mês de setembro em relação ao desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado.

 

 

Na Amazônia, foram 964,45 km² desmatados no mês passado, o segundo pior índice da série histórica – só perde para o primeiro ano do governo Bolsonaro, que registrou o período mais crítico com 1454 km².

 


Desmatamento na Amazônia nos meses de setembro. 2020 registrou o segundo pior recorde para o período (Foto: Reprodução/Inpe)

 

No Cerrado, houve um pulo de desmatamento que fez o período superar 2019 e se aproximar de setembro de 2018, o pior índice para o bioma no mês. Foram 458,05 km² desmatados, aponta o Inpe com os dados atualizados até o dia 1º de outubro.

 

Desmatamento no Cerrado nos meses de setembro. A série histórica é menor, mas o salto no período de 2019 para 2020 é perceptível (Foto: Reprodução/Inpe)

 

 

No entanto, a série histórica de monitoramento do Cerrado é menor – começou a ser registrada em 2017 -, o que não dá a mesma base de comparação do que o observado na Amazônia.

Mesmo assim, em contraste com os 196 km² registrados em setembro de 2019, houve um aumento de mais 133% para o mesmo período.

 

Desmatamento dobrou de patamar sob Bolsonaro e Salles

 

Na avaliação de Márcio Astrini, secretário-executivo da organização Observatório do Clima, o governo Bolsonaro, com a pasta do Meio Ambiente liderada por Ricardo Salles, dobrou o patamar de destruição da Amazônia, o que ainda tornam os números “inaceitáveis” mesmo com a queda de um ano para o outro.


Os números do desmatamento continuam altos e inaceitáveis. Em setembro, a cada minuto uma área do tamanho de 2 campos de futebol foi derrubada de forma ilegal.”, diz. 

“Em 2016, 2017 e 2018 a média mensal de alertas de desmatamento nesse período [período entre maio e setembro, que registra seca na Amazônia] era de 576 km². No governo Bolsonaro, ela saltou para 1.189 km². As queimadas na Amazônia entre maio e setembro foram 21% maiores do que no mesmo período do ano passado.”, complementa a nota do Observatório. 

Astrini critica a visão do governo de que, já que houve queda em relação ao ano passado, há “efetividade” do Exército na região – desde maio, militares das Forças Armadas atual na Operação Verde Brasil 2, que tem coordenação do vice-presidente Hamilton Mourão.

“A marca que foi divulgada hoje só parece boa se é comparada com o recorde negativo do próprio governo. Com o governo Bolsonaro, dos 19 meses de registro de alertas de desmatamento na Amazônia, 15 foram marcas do atual governo. As queimadas estão 20% maiores do que o ano passado mesmo com o Exército há 5 meses na Amazônia.”, explica Astrini.

 

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