Sustentabilidade

Declaração sobre “peixe inteligente” cai em vestibular no Ceará

Universidade abordou o vazamento de óleo nas praias em uma das questões e retomou fala polêmica do secretário da pesca do governo Bolsonaro

Jorge Seif Júnior e Jair Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais (Foto: Reprodução)
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A Universidade Estadual do Ceará utilizou uma das declarações dada pelo secretário de Pesca do governo sobre o derramamento de óleo nas praias do Nordeste. Em live realizada no dia 31 de outubro, ao lado do presidente Jair Bolsonaro,  Jorge Seif Júnior declarou: “Pessoal, nós já fizemos inúmeros testes, [não tem] nenhum peixe contaminado. Podem consumir pescado. Lembrando que o peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente, você pode consumir seu peixinho sem problema algum”, disse, minimizando os impactos ambientais.

Em uma das questões de Biologia do vestibular, o enunciado pedia aos estudantes que assinalassem a questão verdadeira, tomando como base o desastre ambiental e os danos decorrentes, considerando as cadeias e teias alimentares. A alternativa b do teste fazia referência à fala do secretário: “O peixe é inteligente e desvia-se do petróleo: por isso, o consumo de peixes provenientes dos locais contaminados não oferece risco de contaminação para o homem”.

Na época da declaração, o presidente Jair Bolsonaro também chegou a acrescentar que os peixes não estavam morrendo, mas que “tudo bem” de outros animais marinhos estarem sentindo impactos do petróleo que chega às praias. “Obviamente, de vez em quando fica uma tartaruga ali na manta de óleo, pra não falar que ninguém fica, né? Um peixe… um golfinho pode ficar, mas tudo bem”.

A fala do secretário, à época, confrontava com uma portaria anunciada pelo Ministério da Agricultura (MAPA), que proibia a pesca de lagosta e camarão devido a “grave situação ambiental resultante de provável contaminação química por derramamento de óleo”.

No dia 30 de outubro, no entanto, a ministra Teresa Cristina revogou a medida alegando que não haviam provas suficientes para suspender a atividade pesqueira. “A gente já tem dados mostrando que não é necessário. A lagosta está sendo examinada. O Ministério da Agricultura está fazendo uma série de testes”, alegou.

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