Sustentabilidade

Balsa de garimpo invade área protegida e mais preservada da Amazônia

Indígenas e comunidades locais da região do rio Juruá temem que a presença de garimpeiros impacte diretamente na alimentação e sobrevivência da população

Balsa de garimpo invade área protegida e mais preservada da Amazônia
Balsa de garimpo invade área protegida e mais preservada da Amazônia
Draga garimpeira sobre afluente do rio Juruá
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Nesta semana, o Fórum do Território Médio Juruá encaminhou uma representação ao Ministério Público do Amazonas em que denuncia o trânsito e a permanência de uma draga de garimpo no Rio Juruá, área protegida que fica próxima aos municípios de Carauari e Juruá.

Segundo o documento, desde a quinta-feira 16 a balsa navega pelo Rio Andirá, afluente do Juruá, quando foi interceptada por indígenas do povo Katawxi e moradores da Reserva Extrativista Baixo Juruá. Eles alertaram que a área faz parte de uma unidade de proteção federal. Após notificação, a draga interrompeu viagem, mas relatos obtidos pelo site Amazônia Real informam que a embarcação mantém-se ancorada em Joanico, município de Juruá.

De acordo com o Fórum TMJ, embora existam processos de requerimentos de Lavra Garimpeira nos municípios de Juruá, Carauari e Itamarati em trânsito na Agência Nacional de Mineração, nenhuma das solicitações obteve a outorga para exploração mineral nas áreas citadas.

Segundo fonte ouvida pela Amazônia Real, a balsa garimpeira em questão teria recebido o aval do prefeito de Juruá, José Maria Rodrigues da Rocha Júnior (MDB), para subir o afluente Andirá. A prefeitura nega a acusação e acusa motivação política por parte de adversários.

A região do Alto Andirá, onde as dragas pretendiam chegar, é considerada Área de Preservação Permanente (APP). Diferente do baixo e médio Juruá, neste caso é proibida a prática de quaisquer atividades econômicas extrativistas e não há a possibilidade de legalização por parte da ANM.

A presença da atividade garimpeira na região do baixo Juruá coloca em risco três aldeias do povo Katawxi e uma dos Madujá-kulina, que ainda não dispõem de terras indígenas oficialmente demarcadas. Se permitida, a extração de minérios pode contaminar a água dos afluentes no Juruá e colocar em risco a alimentação das comunidades locais.

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