Sustentabilidade

Amazônia e Cerrado têm desmatamento recorde em fevereiro

A área destruída nos dois biomas tem dimensões equivalentes à metade da cidade de São Paulo

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O desmatamento na Amazônia e no Cerrado bateu novo recorde, de acordo com dados do Deter, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, divulgados nesta sexta-feira 10.

Em fevereiro, o acumulado de alertas foi de 321,9 km² na Amazônia. Um aumento de 62% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já o cerrado apresentou índices de destruição florestal ainda maiores. Foram pelo menos 557,8 km² em alerta, uma alta de 97% em relação a 2020, quando alcançou a maior taxa.

Somando os dois biomas, a área desmatada representa quase 880 km², equivalente a mais da metade da cidade de São Paulo.

Entre os estados mais desmatadores da Amazônia estão Mato Grosso, responsável pela degradação de quase a metade da área em alerta, Pará e Amazonas, seguidos por Roraima.

Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão apresentaram os piores resultados em relação ao Cerrado.

Há duas semanas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que as ações dos desmatadores neste período seria uma “espécie de revanche” contra às ações que já estão sendo tomadas. Segundo ela, o plano de prevenção e controle vai ser atualizado e implementado em abril.

“As coisas não são mágicas. Temos a clareza da complexidade do problema e estamos trabalhando para que ele venha a cair estruturalmente”, afirmou.

Desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram adotadas medidas para o combate ao garimpo ilegal, principalmente na Terra Indígena Yanomami.

Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, diz que o cenário é complexo e que analisar apenas o percentual de cobertura de nuvens pode não resultar em uma resposta objetiva.

“Se, por exemplo, no mês de janeiro as áreas da fronteira da destruição estavam mais encobertas, você não tem a capacidade de detecção, porque os satélites não veem pela nuvem. E, se em fevereiro você teve uma janela em que teve menos cobertura nessas áreas, a gente pode ver esse aumento”, disse.

“Ainda é cedo para confirmar qualquer tendência relacionada ao desmatamento, pois janeiro e fevereiro são períodos de muitas nuvens e chuva, com valores historicamente menores de destruição”, acrescenta Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil. “O que podemos afirmar com clareza é que os eventos climáticos estão afetando de forma mais recorrente o Brasil e que o controle do desmatamento é fundamental para atenuar as perdas. As ações anunciadas pelo atual Governo são bem-vindas, mas é necessário que toda a sociedade participe desse processo de reconstrução ambiental” .

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