Sustentabilidade

Alertas de desmatamento em alta e operação contra garimpos ilegais derrubam diretor do Ibama

Olivaldi Azevedo foi responsável por operação em terras indígenas que apareceu em reportagem do Fantástico e desagradou o governo Bolsonaro

Alertas de desmatamento em alta e operação contra garimpos ilegais derrubam diretor do Ibama
Alertas de desmatamento em alta e operação contra garimpos ilegais derrubam diretor do Ibama
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Apoie Siga-nos no

O diretor de Proteção Ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Olivaldi Azevedo, foi exonerado de seu cargo nesta terça-feira 14, segundo publicação feita no Diário Oficial da União. A demissão tem assinatura do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Por mais que os motivos da demissão ainda não tenham sido esclarecidos pelo ministro, ela vem após dados do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real) apontarem um novo recorde em avisos de desmatamento na Amazônia nos três primeiros meses do ano. Em 2020, o sistema identificou possíveis 796,08 km² de áreas de desmatamento e garimpo ilegal, número que bate o antigo recorde de 685,48 km² do ano de 2018.

Além disso, no domingo 12, o programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou uma operação de combate ao garimpo ilegal em terras indígenas – especialmente em tempos de coronavírus, que alastram o perigo de contaminação para as comunidades tradicionais. A operação estava a cargo da diretoria de Azevedo.

 

De acordo com pessoas de dentro do Ibama, a exibição da reportagem, que mostrou a queima dos equipamentos utilizados pelos mineradores, gerou incômodos dentro do governo Bolsonaro.

Em um trecho da matéria, por exemplo, um posseiro retirado de uma área ilegal de mineração disse que se sentiu estimulado a praticar os atos após uma “conversa que saiu do governo federal, do ministro, de redução de 5% das áreas indígenas”. Ele ainda se dizia com “esperança” de que a atividade fosse legalizada dentro de territórios indígenas. “A gente está com essa esperança, essa expectativa, para que um dia aconteça isso e para realmente o governo legalizar o pessoal aqui dentro, né. Enquanto isso, a gente está ocupando aqui”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo