Sustentabilidade
Alemanha desmente Salles e nega ter topado regras do Fundo Amazônia
A embaixada disse que recebeu ‘com espanto’ a declaração do ministro e que não conversou com o Brasil sobre o assunto
A Embaixada da Alemanha desmentiu nesta sexta-feira 6 uma afirmação feita pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, durante a Conferência do Clima da ONU em Madri (COP-25). Salles afirmou que a Alemanha já havia topado alterar as regras do Fundo, utilizado para ações de conservação da floresta. Alemanha e Noruega são doadoras do programa.
“Entregamos uma minuta aos doadores, que estão estudando a proposta. A Alemanha já topou. Falta a Noruega”, afirmou o ministro, sem detalhar que tipo de mudanças pretende implantar no fundo.
A embaixada, no entanto, disse que recebeu “com espanto” a declaração do ministro. “A Embaixada recebeu no início dessa semana, uma proposta formal do BNDES para reformular o Fundo Amazônia, autorizada, segundo o BNDES, pelo Ministro Salles. Esta proposta está em avaliação e a Alemanha não comentou o assunto até o momento com o lado brasileiro. A avaliação será realizada em estreita cooperação com a Noruega”, declarou, em nota.
Em agosto, a Alemanha suspendeu um financiamento de 155 milhões que seriam destinados a novos projetos financiados pelo Ministério Federal do Meio Ambiente. O anúncio foi feito pela ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, ao jornal “Tagesspiegel”, que afirmou: “a política do governo brasileiro na Região Amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consistente das taxas de desmatamento”. A Noruega também suspendeu financiamento.
O Fundo Amazônia deverá fechar 2019 com R$ 2,2 bilhões parados, nenhum projeto aprovado e o menor valor desembolsado em seis anos. As atividades do fundo foram paralisadas depois que o governo destituiu os comitês que faziam a seleção dos projetos apresentados ao fundo, em abril. Salles defende mudanças na estrutura de governança e seleção das propostas.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.