Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), publicados nesta terça-feira 10, mostram recorde histórico de queimadas no Amazonas para o mês de outubro. O estado é o mais afetado pela forte estiagem que atinge o Norte do Brasil.
Em apenas 10 dias do mês, o Amazonas registrou 2.684 focos de calor. O volume supera em 78% os focos de calor registrados em todo o mês de outubro do ano passado. O crescimento nos registros, segundo o Greenpeace, tem relação direta com a seca no estado. A carência de ações por parte do governo local também estaria na equação, de acordo com a ONG.
“A seca na região norte do país já está causando impactos severos na vida e saúde das comunidades locais e na biodiversidade”, alerta a organização em nota. “Para além de ações emergenciais, cruciais neste momento, precisamos que o governador Wilson Lima avance em ações e programas que induzam a uma nova lógica econômica que concilie a floresta em pé com geração de renda para os moradores do interior”, completa o Greenpeace.
Entre as medidas cobradas, a organização lista a criação de Unidades de Conservação e a demarcação de territórios tradicionais, além de uma ampliação da fiscalização e punição dos criminosos responsáveis pela derrubada de árvores, garimpo ilegal e queimadas intencionais.
Desde o mês passado, autoridades têm acompanhado a situação do estado. O governo federal encaminhou ao local uma comitiva liderada por Geraldo Alckmin e anunciou medidas para aliviar a crise. Itens como antecipação de benefícios e liberação emergencial de créditos integram o programa montado para conter a crise. Há ainda entrega de alimentos e água aos ribeirinhos impedidos de circular pelo baixo nível dos rios.
Municípios mais afetados pelo fogo
Segundo informou o Inpe nesta terça-feira, as cidades de Lábrea (344 focos de calor), Boca do Acre (263) e Novo Aripuanã (245), todas no Sul do Amazonas, lideram o número de queimadas no estado. Juntos, os três municípios representam 32% do total de incêndios registrados no Amazonas neste início do mês.
A situação, além do perigo tradicional, leva fumaça para todo o estado. A capital Manaus é uma das mais afetadas, neste momento pela situação. Há semanas, uma densa nuvem de fumaça das queimadas se instalou em Manaus, baixando drasticamente a qualidade do ar. Nesta quarta, segundo o aplicativo Selva, que mede a qualidade do ar em tempo real, o nível de poluição causado pela fumaça na cidade deixa um ar em estado considerado ‘péssimo’.
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