Sustentabilidade

2020 teve o mês de setembro mais quente da história, adverte programa europeu Copernicus

Temperatura do planeta já aumentou mais de 1°C e avança em média 0,2°C por década desde o fim dos anos 1970

ESCULTURAS EM GELO DE DONALD TRUMP E JAIR BOLSONARO, VISTAS EM NOVA YORK NO DIA 30 DE SETEMBRO. FOTO: DIMITRIOS KAMBOURIS/AFP
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O ano de 2020 teve o mês de setembro mais quente já registrado até hoje, anunciou nesta quarta-feira 7 o serviço europeu Copernicus sobre as mudanças climáticas. Os especialistas deste programa da União Europeia de monitoramento da Terra também evocam a possibilidade de que 2020 destrone 2016 e se torne o ano mais quente da história.

Segundo o Copernicus, o período entre outubro de 2019 e setembro de 2020 registrou 1,28 grau Celsius a mais do que as temperaturas do período pré-industrial. Embora os últimos cinco anos tenham sido os mais quentes já registrados, esse número coloca o planeta perigosamente perto do teto estabelecido pelo Acordo de Paris, destaca o relatório mensal.

O pacto, concluído em 2015 por cerca de 200 países que se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, visa conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, ou, na pior das hipóteses, limitá-lo a 2°C, para atenuar os impactos climáticos devastadores, como tempestades, secas e outras ondas de calor.

A temperatura do planeta já aumentou mais de 1°C e avança em média 0,2°C por década desde o fim dos anos 1970. E 2020 não vai mudar a tendência, pois também registra os meses de janeiro, maio e junho mais quentes da história, ressalta o relatório.

“Em nível mundial, setembro de 2020 ficou 0,05°C acima de setembro de 2019, o mês mais quente registrado até agora”, indica o serviço europeu. Isto significa 0,63°C acima da média do período 1981-2020.

As temperaturas foram especialmente elevadas na Sibéria, seguindo a tendência de uma onda de calor que começou na primavera (hemisfério norte) e que favoreceu uma série de grandes incêndios.

Calor no Ártico

O calor também ficou acima do normal no Oceano Ártico, destaca o programa, ao recordar que este ano a camada de gelo no Ártico terminou o verão com a segunda menor área da história, depois da registrada em 2012.

“A combinação em 2020 de temperaturas recordes e de uma camada de gelo a um nível reduzido evidencia a importância de melhorar o controle em uma região com aumento da temperatura mais rápido do que o resto do mundo”, comenta Carlo Buontempo, diretor do programa europeu sobre mudanças climáticas.

Mas o Ártico não foi a única região afetada. A América do Norte teve um mês de setembro muito quente. O condado de Los Angeles registrou 49°C no início do mês. Por mais um ano, a Califórnia tem sido devastada por incêndios florestais.

Além do mês de setembro, os dados dos satélites europeus mostram que o período que vai de janeiro a setembro de 2020 é o mais quente em comparação com o mesmo período de 2019, segundo ano com as temperaturas mais elevadas.

A análise compara os nove meses de 2020 e de 2016, o ano mais quente da história, e revela anomalias “bastante parecidas”, segundo o Copernicus. Mas fenômenos climáticos como o desenvolvimento atual de La Niña, que tende a reduzir a temperatura mundial, “influenciarão sobre a probabilidade de 2020 se tornar o ano mais quente da história”.

A base de dados de satélite do Copernicus para a observação das temperaturas começa em 1979, mas os dados convencionais terrestres e as informações de outras agências não mostram nenhum ano com temperaturas mais elevadas antes de 1979, desde a era pré-industrial.

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