Sociedade

Wal-Mart é corruptor agressivo no México, diz jornal

Reportagem do NYT revela ilegalidades na construção de 19 unidades no país. Há possíveis irregularidades também no Brasil

Pelo menos 19 lojas do grupo Wal-Mart foram construídas com base em ilegalidades, afirma o NYT. Foto: AFP
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Uma reportagem publicada pelo jornal norte-americano The New York Times na segunda-feira 17 revelou diversos casos de corrupção envolvendo a filial do supermercado Wal-Mart no México. Os repórteres do jornal conseguiram identificar pelo menos 19 casos em que lojas do Wal-Mart ou do Sam’s Club (pertencente ao mesmo grupo) só conseguiram sair do papel graças ao pagamento de propinas e subornos a diversos funcionários públicos mexicanos.

Segundo a investigação do NYT, o Wal-Mart do México não era “uma relutante vítima de uma cultura política que insiste em cobrar propinas para fazer negócio”. A rede era um “corruptor agressivo e criativo, que oferecia grandes pagamentos para conseguir o que a lei proibia”. O Wal-Mart usava os subornos, afirma o jornal, para “subverter a governança democrática” e mudar decisões tomadas pela sociedade mexicana por meio de votos, debates abertos e procedimentos transparentes. A empresa, prossegue o NYT, usava os pagamentos ilegais para driblar sistemas regulatórios que protegem cidadãos mexicanos de cidadãos americanos e para tirar rivais dos negócios.

O caso mais claro de corrupção é, segundo a investigação, a construção de uma unidade do Wal-Mart nas proximidades das pirâmides de Teotihuacán, na região central do México. Com base em gravações e diversos documentos, o jornal destaca que a empresa subornou um funcionário do governo mexicano para que ele modificasse os mapas que limitam as zonas próximas a Teotihuacán nas quais o comércio está autorizado. “O plano era simples. O mapa não se tornaria lei até que fosse publicado pelo Diário Oficial. Assim, o Wal-Mart do México decidiu subornar um funcionário para modificar o mapa antes que fosse enviado ao Diário”, afirma o NYT.

Segundo registros da própria empresa, 221.000 dólares foram usados em 13 de setembro de 2003 “para obter mudanças de zonas para construir cinco supermercados”, e um deles por um total de 52.000 dólares” era para a unidade de Teotihuacán. A loja do Sam’s Clube construída próxima da Basílica de Guadalupe, uma das áreas mais populosas do México, foi erguida sem licença de construção, permissão ambiental, análise de impacto urbano ou de trânsito. Isso graças a oito pagamentos que totalizaram, segundo o jornal, 341 mil dólares. Outros 765 mil dólares teriam sido pagos em suborno pelo Wal-Mart para construir um centro refrigerado de distribuição numa área com meio ambiente frágil e com tão pouca oferta de energia elétrica que muitos pequenos negócios eram rejeitados.

O jornal afirma que, inicialmente, diversas informações a respeito de casos de corrupção no México, onde o Wal-Mart é o maior empregador privado, chegaram à direção mundial da empresa, nos Estados Unidos. Esses casos foram, então, acobertados. Neste ano, no entanto, a direção do Wal-Mart está apurando casos de corrupção praticada por seus funcionários e já gastou 100 milhões de dólares nessa investigação. De acordo com o NYT, a direção da empresa já encontrou possíveis irregularidades na Índia, na China e no Brasil. Não há especificação de que tipo de corrupção teria ocorrido no Brasil.

Segundo a página oficial do Wal-Mart, há no Brasil mais de 500 lojas de nove bandeiras do grupo, em quase 200 cidades, de 18 Estados e Distrito Federal.

Com informações da AFP

Uma reportagem publicada pelo jornal norte-americano The New York Times na segunda-feira 17 revelou diversos casos de corrupção envolvendo a filial do supermercado Wal-Mart no México. Os repórteres do jornal conseguiram identificar pelo menos 19 casos em que lojas do Wal-Mart ou do Sam’s Club (pertencente ao mesmo grupo) só conseguiram sair do papel graças ao pagamento de propinas e subornos a diversos funcionários públicos mexicanos.

Segundo a investigação do NYT, o Wal-Mart do México não era “uma relutante vítima de uma cultura política que insiste em cobrar propinas para fazer negócio”. A rede era um “corruptor agressivo e criativo, que oferecia grandes pagamentos para conseguir o que a lei proibia”. O Wal-Mart usava os subornos, afirma o jornal, para “subverter a governança democrática” e mudar decisões tomadas pela sociedade mexicana por meio de votos, debates abertos e procedimentos transparentes. A empresa, prossegue o NYT, usava os pagamentos ilegais para driblar sistemas regulatórios que protegem cidadãos mexicanos de cidadãos americanos e para tirar rivais dos negócios.

O caso mais claro de corrupção é, segundo a investigação, a construção de uma unidade do Wal-Mart nas proximidades das pirâmides de Teotihuacán, na região central do México. Com base em gravações e diversos documentos, o jornal destaca que a empresa subornou um funcionário do governo mexicano para que ele modificasse os mapas que limitam as zonas próximas a Teotihuacán nas quais o comércio está autorizado. “O plano era simples. O mapa não se tornaria lei até que fosse publicado pelo Diário Oficial. Assim, o Wal-Mart do México decidiu subornar um funcionário para modificar o mapa antes que fosse enviado ao Diário”, afirma o NYT.

Segundo registros da própria empresa, 221.000 dólares foram usados em 13 de setembro de 2003 “para obter mudanças de zonas para construir cinco supermercados”, e um deles por um total de 52.000 dólares” era para a unidade de Teotihuacán. A loja do Sam’s Clube construída próxima da Basílica de Guadalupe, uma das áreas mais populosas do México, foi erguida sem licença de construção, permissão ambiental, análise de impacto urbano ou de trânsito. Isso graças a oito pagamentos que totalizaram, segundo o jornal, 341 mil dólares. Outros 765 mil dólares teriam sido pagos em suborno pelo Wal-Mart para construir um centro refrigerado de distribuição numa área com meio ambiente frágil e com tão pouca oferta de energia elétrica que muitos pequenos negócios eram rejeitados.

O jornal afirma que, inicialmente, diversas informações a respeito de casos de corrupção no México, onde o Wal-Mart é o maior empregador privado, chegaram à direção mundial da empresa, nos Estados Unidos. Esses casos foram, então, acobertados. Neste ano, no entanto, a direção do Wal-Mart está apurando casos de corrupção praticada por seus funcionários e já gastou 100 milhões de dólares nessa investigação. De acordo com o NYT, a direção da empresa já encontrou possíveis irregularidades na Índia, na China e no Brasil. Não há especificação de que tipo de corrupção teria ocorrido no Brasil.

Segundo a página oficial do Wal-Mart, há no Brasil mais de 500 lojas de nove bandeiras do grupo, em quase 200 cidades, de 18 Estados e Distrito Federal.

Com informações da AFP

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