Voepass anuncia demissões de diretores de segurança, operações e manutenção

A companhia aérea Voepass anunciou as demissões de três diretores de áreas técnicas da companhia: manutenção, segurança operacional e operações. As saídas acontecem um mês e meio após a queda de uma aeronave em Vinhedo, interior de São Paulo, em acidente que causou as mortes das 62 pessoas que estavam a bordo.

Ao anunciar na quarta-feira 25 as saídas de Eric Cônsoli (que era chefe de manutenção), David Faria (que ocupava a diretoria de segurança operacional) e Marcel Moura (então diretor de operações), a empresa destacou que os substitutos indicados precisam passar por aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Para a direção de manutenção foi indicado Carlos Alberto Costa, executivo que atua na Voepass desde 2022. O comandante Diego Hangai foi apontado para a diretoria de segurança operacional. O também comandante Raphael Limongi, por sua vez, foi escolhido para chefiar o setor de operações.

A companhia também anunciou que o presidente e co-fundador da empresa, José Luiz Felício Filho, passa a acumular a chefia executiva de operações. Já o diretor-executivo, Eduardo Busch, vai responder pela diretoria jurídica.

O acidente

A Força Aérea Brasileira (FAB) ainda investiga as causas da queda do avião modelo ATR 72-500, que caiu em 9 de agosto deste ano em um condomínio de Vinhedo. A aeronave tinha decolado de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto internacional de Guarulhos (SP).

A bordo estavam 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Nenhuma delas sobreviveu. Não houve, porém, vítimas em solo, apesar da queda ter acontecido em uma área residencial.

Relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da FAB, divulgado no último dia 6, aponta que os tripulantes conversaram, a partir da análise do áudio do gravador de voz da cabine, sobre uma falha no de-icing – sistema que protege a aeronave contra formação e acúmulo de gelo nas asas.

Com as informações obtidas pelo gravador de dados do avião, foi verificado ainda que o sistema airframe de-icing – responsável por evitar que ocorresse acúmulo de gelo nas asas – foi ligado e desligado diversas vezes.

“Existiram duas vezes nos gravadores de voz. Na primeira delas, o piloto comenta que houve uma falha no sistema de airframe. Em um segundo momento, o co-piloto comenta exatamente esta frase: ‘Bastante gelo'”, disse o investigador-encarregado da Comissão de Investigação, tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes.