Sociedade

Vítima de João de Deus teria cometido suicídio, diz ativista

Responsável por reunir primeiras denúncias, Sabrina Bittencourt diz que mulher ficou fragilizada quando soube que ele voltaria a atender

João de Deus
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Uma das vítimas de João Teixeira de Faria, o João de Deus, teria cometido suicídio nesta quarta 12. Segundo relato da ativista Sabrina Bittencourt, a mulher ficou fragilizada quando soube que o médium voltaria a atender em seu ‘hospital espiritual’ em Abadiânia (GO).

João de Deus foi ao local na manhã de ontem sob forte comoção de seguidores e assédio da imprensa, mas permaneceu lá por menos de dez minutos. Limitou-se a reafirmar sua inocência e disse estar à disposição da justiça. “Quero cumprir a lei brasileira, eu estou na mão da lei brasileira. O João de Deus ainda está vivo”, declarou. No mesmo dia, o Ministério Público pediu a prisão preventiva do médium de 76 anos.

Responsável por reunir as primeiras denúncias do caso, Sabrina prestava apoio à mulher, chamada Silvia, há três meses. Segundo conta, Silvia jamais teve apoio da família, que era seguidora do médium e não acreditava nas denúncias. “Me ligou sete vezes antes de tudo acontecer”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais.

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A história veio a público no último sábado 8, quando 12 mulheres relataram ter sido vítimas de crimes sexuais praticados pelo médium. O modus operandi contido no depoimentos é o mesmo: após as sessões, o médium ficava a sós com essas vítimas e as coagia a masturbá-lo ou a fazer sexo oral sob pretexto de “cura espiritual”. Há desde casos da década de 80 até a atualidade.

A página oficial do médium no Facebook está fora do ar desde então. Desde que o caso veio a público, ele utilizava o espaço para compartilhar depoimentos de seguidores — homens e mulheres — que se manifestaram em sua defesa.

Leia também: Após mais denúncias, Ministério Público pede prisão de João de Deus

Segundo o Ministério Público de Goiás, o número de denúncias passou 258, boa parte delas feita via e-mail. Duas delas são estrangeiras que vivem nos Estados Unidos e na Suíça. As denúncias de brasileiras partiram de dez estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Uma nova coletiva sobre o caso está marcada para a manhã de sexta-feira 15.

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