Sociedade
UnB suspende por mais 60 dias youtuber que gravou aulas e debochou de professores
Nas suas redes sociais, o influenciador contestou a decisão e afirmou que não seguirá a punição
A Universidade de Brasília decidiu suspender por mais 60 dias o estudante Wilker Leão de Sá, proibindo o influenciador de frequentar as aulas e as dependências da instituição. O youtuber vinha sendo acusado de gravar conteúdos das aulas e promover comentários de ódio ao alegar que os conteúdos eram ‘doutrinação de esquerda’.
Nas suas redes sociais, o influenciador contestou a decisão e afirmou que não seguirá a punição. “Ela [reitora da UnB] teve a coragem de me proibir de frequentar as dependências públicas da universidade. Mas eu só digo o seguinte: daqui a pouco estarei lá e quero ver quem vai me tirar de um espaço público”, afirmou.
A primeira suspensão foi determinada em dezembro do ano passado e tinha validade de 60 dias. De acordo com a universidade, a decisão foi fundamentada na legislação da instituição “e nos princípios da legalidade, da proteção da comunidade acadêmica e do regular andamento processual”.
A universidade passou a apurar a conduta de Wilker depois que professores e estudantes acusaram o youtuber de gravá-los sem autorização e de promover comentários ofensivos junto à sua base de seguidores nas redes sociais, que já passava dos 800 mil no fim do ano passado.
Colegas e professores relatam que os vídeos do youtuber são editados e as falas são distorcidas. Uma professora da universidade chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o estudante por difamação. A docente disse em depoimento que foi chamada de “autoritária”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



