Sociedade
Tiro que matou criança de 4 anos em SP provavelmente partiu de um policial, diz porta-voz da PM
O caso ocorreu na noite da terça-feira 5 em Santos, no litoral paulista


O tiro que matou um menino de 4 anos em Santos, no litoral de São Paulo, provavelmente partiu da arma de um policial, afirmou o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar.
Ryan da Silva Andrade Santos morreu na noite da terça-feira 5 após levar um tiro na região do abdômen, enquanto brincava com outras crianças em frente à casa de uma prima. Ele chegou a ser encaminhado à Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos.
“Será feito o confronto balístico para verificar a origem desse disparo. Em um levantamento inicial pela dinâmica, pelo cenário da ocorrência, nós entendemos que provavelmente esse disparo partiu de um policial militar“, disse o coronel em uma coletiva de imprensa. “Teremos essa certeza depois do laudo da perícia.”
Dois suspeitos, de 15 e de 17 anos, também foram baleados. O mais velho morreu e o outro permanece internado sob escolta policial.
Segundo o boletim de ocorrência, equipes da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas faziam um patrulhamento de rotina quando teriam aparecido cerca de dez suspeitos, alguns em motos. Ao perceberem a presença dos policiais, eles teriam corrido até um ponto de tráfico de drogas, momento em que os agentes teriam descido das viaturas e iniciado as buscas. Os PMs alegam que os suspeitos começaram a atirar e, por isso, teriam revidado e solicitado apoio.
Outra equipe da PM teria chegado pela parte superior do morro e surpreendido ao menos oito suspeitos. Teria sido nessa segunda troca de tiros que os dois adolescentes foram baleados.
“Os policiais se defenderam e são vítimas também. Atuaram para proteger a própria vida de agressão de criminosos, mas lamentamos muito o resultado que foi a morte do menino. E temos outra moça de 24 anos que também foi ferida de raspão”, emendou o coronel.
A Secretaria de Segurança Pública informou que sete policiais envolvidos na ação foram afastados das ruas.
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