Sociedade

Thor Batista não poderia dirigir

Filho do bilionário Eike Batista tinha 51 pontos na carteira de motorista. Investigação preliminar indica que ciclista atravessou faixa da rodovia

Fábio Pozzebom/ABr
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Thor Batista, filho mais velho do empresário Eike Batista, atropelou e matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, na noite de sábado 17. O acidente ocorreu na Rodovia Washington Luís, em Xerém, distrito de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar) no 61º Departamento de Polícia.

O jovem, no entanto, não poderia dirigir a Mercedes SLR McLaren Roadster nem qualquer outro carro -, uma vez que tinha 51 pontos em sua carteira de habilitação. O veículo é avaliado em 890 mil reais e com velocidade máxima de 334 km/h.

Segundo um documento obtido pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, Thor Batista recebeu 11 multas nos últimos 18 meses.

Ele tirou a habilitação em dezembro de 2009 e, para mantê-la, precisaria ficar um ano sem cometer infrações graves. Recebeu cinco multas por excesso de velocidade em 2010 e ainda assim conseguiu a permissão definitiva.

Após obter a habilitação permanente, somou mais 19 pontos em infrações na carteira, antes de se envolver no acidente no sábado. Thor presta depoimento sobre o caso na quarta-feira 21.

Três dias após o ocorrido, Eike Batista afirmou à coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, que a “imprudência do ciclista causou, infelizmente, a sua morte. Mas podia ter levado três pessoas [Thor e o amigo que estava com ele no carro].”

O homem mais rico do Brasil, com fortuna estimada em 30 bilhões de reais, criticou o governo por não instalar passarelas na região e cercar a autopista. “Poderia ser um cavalo, muitas vezes você quer desviar para salvar o cachorro. Tenho amigos que faleceram assim.”

Testemunhas dizem que o jovem teria tentado ultrapassar um ônibus e atingiu o ciclista no acostamento, mas Batista nega. “Eles [família da vítima] vão dizer que o Thor estava no acostamento. Impossível. A marca do carro está na segunda faixa. Aí é interesse do advogado da outra parte em criar história.”

Os familiares do ciclista defendem que ele costumava fazer o percurso pelo acostamento e anunciaram nesta terça-feira 20 que vão acionar Thor na Justiça. Eles pedem indenização por danos morais e materiais e alegam que Wanderson sustentava a mulher e parentes com o salário de 1,4 mil reais por mês.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o jovem e o colega, Vinicius Balian Racca, de 22 anos, prestaram socorro à vítima, fizeram o teste do bafômetro e não foi identificada a ingestão de bebida alcoólica.

No domingo 18, o policial rodoviário João Miguel Rezende Ribeiro, o primeiro a chegar ao local do acidente, afirmou em depoimento na delegacia que a vítima atravessava a estrada de bicicleta quando foi atingida.

Testemunhas dizem que o carro parou a cerca de 200 metros do local do acidente. De acordo com Eike Batista, o corpo da vítima foi lançado entre o banco do motorista e o do carona e poderia ter se transformado “em uma bala”.

A família Batista pagou os 8 mil reais em despesas do funeral.

Twitter

Nas redes sociais, o empresário defendeu o filho e acusou o ciclista de imprudência. “Thor estava na velocidade permitida, fez teste do bafômetro”, disse no Twitter. “Ele estava atravessando na segunda faixa de uma autoestrada! Simples assim.”

Thor lamentou no domingo 18 o ocorrido e também disse, em nota, que a vítima, “atravessava, inadvertidamente, a rodovia 040 (sentido Juiz de Fora-Rio) de bicicleta, na noite de ontem”.

O advogado da família da vítima, Cléber Carvalho, disse, no entanto, haver indícios de excesso de velocidade. “A distância entre o carro e o corpo de Wanderson era de 150 m e o estado de destruição do carro indica que a vítima foi atingida de frente. Esses indícios levam a crer que Wanderson foi assassinado pela imprudência de alguém”, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo.

Carvalho deve solicitar a classificação do crime como homicídio doloso (com intenção de matar), quando acontece quando a pessoa dirige em alta velocidade e assume o risco de colocar outras vidas em risco.

Pelo Twitter, Thor alegou estar abaixo dos 110 km/h permitidos na rodovia. “Infelizmente foi impossível evitar a colisão. Me recordo que Wanderson empurrava a bicicleta com o pé esquerdo no chão. Sentado, porém, no banco da bicicleta. A frenagem trouxe o carro de 100 km/h até 90 km/h até o momento da colisão apenas, infelizmente.”

Eike Batista, no entanto, contradiz o filho na entrevista à Folha. “Ele estava a 110 km/h.”

O laudo que pode identificar se o jovem dirigia acima do permitido sai em 10 dias.

Thor Batista, filho mais velho do empresário Eike Batista, atropelou e matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, na noite de sábado 17. O acidente ocorreu na Rodovia Washington Luís, em Xerém, distrito de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar) no 61º Departamento de Polícia.

O jovem, no entanto, não poderia dirigir a Mercedes SLR McLaren Roadster nem qualquer outro carro -, uma vez que tinha 51 pontos em sua carteira de habilitação. O veículo é avaliado em 890 mil reais e com velocidade máxima de 334 km/h.

Segundo um documento obtido pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, Thor Batista recebeu 11 multas nos últimos 18 meses.

Ele tirou a habilitação em dezembro de 2009 e, para mantê-la, precisaria ficar um ano sem cometer infrações graves. Recebeu cinco multas por excesso de velocidade em 2010 e ainda assim conseguiu a permissão definitiva.

Após obter a habilitação permanente, somou mais 19 pontos em infrações na carteira, antes de se envolver no acidente no sábado. Thor presta depoimento sobre o caso na quarta-feira 21.

Três dias após o ocorrido, Eike Batista afirmou à coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, que a “imprudência do ciclista causou, infelizmente, a sua morte. Mas podia ter levado três pessoas [Thor e o amigo que estava com ele no carro].”

O homem mais rico do Brasil, com fortuna estimada em 30 bilhões de reais, criticou o governo por não instalar passarelas na região e cercar a autopista. “Poderia ser um cavalo, muitas vezes você quer desviar para salvar o cachorro. Tenho amigos que faleceram assim.”

Testemunhas dizem que o jovem teria tentado ultrapassar um ônibus e atingiu o ciclista no acostamento, mas Batista nega. “Eles [família da vítima] vão dizer que o Thor estava no acostamento. Impossível. A marca do carro está na segunda faixa. Aí é interesse do advogado da outra parte em criar história.”

Os familiares do ciclista defendem que ele costumava fazer o percurso pelo acostamento e anunciaram nesta terça-feira 20 que vão acionar Thor na Justiça. Eles pedem indenização por danos morais e materiais e alegam que Wanderson sustentava a mulher e parentes com o salário de 1,4 mil reais por mês.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o jovem e o colega, Vinicius Balian Racca, de 22 anos, prestaram socorro à vítima, fizeram o teste do bafômetro e não foi identificada a ingestão de bebida alcoólica.

No domingo 18, o policial rodoviário João Miguel Rezende Ribeiro, o primeiro a chegar ao local do acidente, afirmou em depoimento na delegacia que a vítima atravessava a estrada de bicicleta quando foi atingida.

Testemunhas dizem que o carro parou a cerca de 200 metros do local do acidente. De acordo com Eike Batista, o corpo da vítima foi lançado entre o banco do motorista e o do carona e poderia ter se transformado “em uma bala”.

A família Batista pagou os 8 mil reais em despesas do funeral.

Twitter

Nas redes sociais, o empresário defendeu o filho e acusou o ciclista de imprudência. “Thor estava na velocidade permitida, fez teste do bafômetro”, disse no Twitter. “Ele estava atravessando na segunda faixa de uma autoestrada! Simples assim.”

Thor lamentou no domingo 18 o ocorrido e também disse, em nota, que a vítima, “atravessava, inadvertidamente, a rodovia 040 (sentido Juiz de Fora-Rio) de bicicleta, na noite de ontem”.

O advogado da família da vítima, Cléber Carvalho, disse, no entanto, haver indícios de excesso de velocidade. “A distância entre o carro e o corpo de Wanderson era de 150 m e o estado de destruição do carro indica que a vítima foi atingida de frente. Esses indícios levam a crer que Wanderson foi assassinado pela imprudência de alguém”, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo.

Carvalho deve solicitar a classificação do crime como homicídio doloso (com intenção de matar), quando acontece quando a pessoa dirige em alta velocidade e assume o risco de colocar outras vidas em risco.

Pelo Twitter, Thor alegou estar abaixo dos 110 km/h permitidos na rodovia. “Infelizmente foi impossível evitar a colisão. Me recordo que Wanderson empurrava a bicicleta com o pé esquerdo no chão. Sentado, porém, no banco da bicicleta. A frenagem trouxe o carro de 100 km/h até 90 km/h até o momento da colisão apenas, infelizmente.”

Eike Batista, no entanto, contradiz o filho na entrevista à Folha. “Ele estava a 110 km/h.”

O laudo que pode identificar se o jovem dirigia acima do permitido sai em 10 dias.

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