De uniforme camuflado, máscara com sorriso de caveira, colete à prova de balas e coturno, o soldado parecia preparado para uma missão na selva, mas seus alvos estavam, na verdade, em edificações de Aracruz, no litoral capixaba. Com o auxílio de um alicate especial, usado na construção civil para cortar vergalhões de aço, o combatente não teve dificuldade de destruir o cadeado de um portão na entrada dos fundos da Escola Estadual Primo Bitti, avançar cerca de 20 metros e abater os primeiros inimigos, surpreendidos na sala dos professores da instituição. Foram dezenas de disparos com uma pistola semiautomática e um revólver de aço inox de cano longo, calibre 38. Experiente, o atirador chegou a recuar apenas para municiar novamente as armas e retomar os disparos.
Ao se retirar do campo de batalha, o lobo solitário assumiu a direção de um carro Renault Duster e acelerou para concluir a segunda etapa do plano, preparado ao longo de dois anos. Minutos depois, ele chegaria ao segundo alvo, o Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma escola particular distante pouco mais de 1 quilômetro do palco do primeiro ataque. Desta vez, o combatente não precisou superar qualquer barreira física. Teve liberdade para perambular pelos corredores com o reluzente revólver em punho, acionado toda vez que identificava um inimigo a ser neutralizado. A segunda incursão durou exato 1min04seg, conforme o relógio da câmera de segurança afixada na entrada. Foi o tempo necessário para cruzar o portão azul sem tranca, executar a missão e retornar ao veículo de fuga.
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