Terrorismo doméstico

A radicalização política fermenta a onda de ataques em escolas brasileiras

Horror. O adolescente de 16 anos usou as armas do pai, um policial, para abater as vítimas, escolhidas de forma aleatória - Imagem: Kadija Fernandes/AFP e Redes sociais

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De uniforme camuflado, máscara com sorriso de caveira, colete à prova de balas e coturno, o soldado parecia preparado para uma missão na selva, mas seus alvos estavam, na verdade, em edificações de Aracruz, no litoral capixaba. Com o auxílio de um alicate especial, usado na construção civil para cortar vergalhões de aço, o combatente não teve dificuldade de destruir o cadeado de um portão na entrada dos fundos da Escola Estadual Primo Bitti, avançar cerca de 20 metros e abater os primeiros inimigos, surpreendidos na sala dos professores da instituição. Foram dezenas de disparos com uma pistola semiautomática e um revólver de aço inox de cano longo, calibre 38. Experiente, o atirador chegou a recuar apenas para municiar novamente as armas e retomar os disparos.

Ao se retirar do campo de batalha, o lobo solitário assumiu a direção de um carro Renault Duster e acelerou para concluir a segunda etapa do plano, preparado ao longo de dois anos. Minutos depois, ele chegaria ao segundo alvo, o Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma escola particular distante pouco mais de 1 quilômetro do palco do primeiro ataque. Desta vez, o combatente não precisou superar qualquer barreira física. Teve liberdade para perambular pelos corredores com o reluzente revólver em punho, acionado toda vez que identificava um inimigo a ser neutralizado. A segunda incursão durou exato 1min04seg, conforme o relógio da câmera de segurança afixada na entrada. Foi o tempo necessário para cruzar o portão azul sem tranca, executar a missão e retornar ao veículo de fuga.

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1 comentário

Euclides Garcia Paes de Almeida 2 de dezembro de 2022 18h46
Sou assinante digital ,professor de história aposentado e tenho arquivos onde guardo noticias que me interessam,escaneados.Não os utilizo pra nenhum fim reprovavel,mas quero poder ecanear as noticias da Carta Capital,como faço com outras fontes denoticias.Aguardo resposta Euclides Garcia Paes de Almeida

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