Política

Sobe para 31 o número de mortos em passagem de ciclone no Rio Grande do Sul

Este é o mais recente de uma série de desastres climáticos registrados nos últimos meses no Brasil – e o mais mortal do RS

Registro de Muçum (RS) após a passagem do ciclone extratropical. Foto: Silvio Avila/AFP
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Ao menos 31 pessoas morreram no Rio Grande do Sul, na passagem de um ciclone devastador, segundo um novo balanço divulgado nesta quarta-feira 6 pelas autoridades.

Chuvas intensas e ventos fortes causaram destruição e deixaram localidades submersas, enquanto dezenas de socorristas tentavam chegar a áreas ilhadas, onde ainda havia milhares de pessoas isoladas.

Este é o mais recente de uma série de desastres climáticos registrados nos últimos meses no Brasil – e o mais mortal do Rio Grande do Sul.

As chuvas intensas e os ventos fortes afetaram no total 70 municípios e mais de 52 mil pessoas. As autoridades também informaram que mais de 5,3 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

O governador Eduardo Leite (PSDB) se disse especialmente preocupado porque a previsão do tempo para quarta e quinta é de volta das chuvas, com risco de novas inundações. “O solo já está encharcado e os rios estão cheios”, disse.

“Desolador”

Leite sobrevoou com uma comitiva do governo federal as áreas castigadas desde a madrugada de segunda-feira.

“Encontramos um cenário triste e desolador”, relatou na rede social X Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

A cidade de Muçum, onde foram localizados 15 mortos, ficou parcialmente submersa.

Segundo a imprensa local, a situação de emergência em Muçum e na cidade vizinha de Roca Sales obrigou as autoridades a recorrer a um caminhão frigorífico para transportar os corpos das vítimas.

“Ontem a água começou a baixar no final do dia. É uma coisa que assusta. Destruiu tudo. Roca Sales, hoje, não tem mais nada”, disse o prefeito Amilton Fontana, citado pelo site A Hora.

Fenômenos extremos

O Brasil sofre com fenômenos climáticos extremos frequentes, e os cientistas apontam para um vínculo com os efeitos das mudanças climáticas.

Em junho, um ciclone deixou pelo menos 13 mortos no Rio Grande do Sul, enquanto milhares de pessoas foram evacuadas ou perderam suas casas.

Em fevereiro passado, 65 pessoas morreram em deslizamentos provocados por chuvas recorde registadas em São Sebastião, destino turístico praiano a 200 quilômetros da cidade de São Paulo.

Nessa ocasião, mais de 600 mil´metros de chuvas caíram em 24 horas, mais que o dobro esperado para o mês.

Os especialistas também atribuem os efeitos devastadores à urbanização descontrolada.

Dos 203 milhões de habitantes do País, cerca de 9,5 milhões vivem em áreas de risco para deslizamentos ou enchentes.

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