Sindicato protesta por esclarecimentos em caso de morte no Carrefour

Jovem de 20 anos estaria operando empilhadeira sem preparo; empresa afirmou que atividade estava fora do seu escopo

Representantes sindicais cobram esclarecimentos de morte de funcionário no Carrefour. Foto: Reprodução

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Representantes da União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo protestaram, nesta segunda-feira 26, por esclarecimentos sobre a morte de um funcionário de uma unidade dos hipermercados Carrefour, ocorrida no domingo 25. O presidente da UGT, Ricardo Patah, articula uma reunião para a terça-feira 27 com representantes da empresa para obter mais informações do caso.

 

 

Fotos mostram três sindicalistas erguendo bandeiras das entidades nas dependências do mercado, localizado na Avenida Otaviano Alves de Lima, bairro do Limão, zona norte da capital paulista.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o funcionário tinha 20 anos e morreu vítima de um acidente de trabalho, por volta do meio-dia. O órgão definiu o posto do rapaz como “operador de empilhadeira”. Segundo a Secretaria, policiais militares foram acionados e, no local, “souberam que o rapaz morreu após o veículo que ele operava ter tombado em uma rampa”, atingindo a vítima.


A pasta informou ainda que o atendimento médico foi acionado e constatou a morte no local. O caso foi registrado como morte suspeita no 13º Delegacia de Polícia, e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal. Também foi solicitada perícia.

O Carrefour, no entanto, negou que o jovem era operador de empilhadeira, segundo nota emitida nesta segunda-feira 26. Identificado como Mateus, o funcionário “era operador de loja e não tinha em seu escopo de trabalho a operação de empilhadeira”. A empresa também não confirmou a razão do acidente: “Neste momento, tanto a empresa quanto as autoridades realizam investigação para identificar as causas do ocorrido”.

Ao portal G1, a tia do funcionário, Vera Lúcia Silva, disse que Mateus manuseava uma empilhadeira sem treinamento e afirmou que não foi informada sobre o motivo da atividade.

 

Carrefour lamentou morte

Na data do ocorrido, a empresa manifestou solidariedade aos parentes do funcionário.

“Lamentamos profundamente o falecimento de um colaborador nosso na loja Limão, decorrente de um acidente. Neste momento, estamos dando todo suporte à família e acompanhando as autoridades nos procedimentos legais, além de investigar o caso. Por respeito à vítima e aos seus familiares, a loja está fechada e não divulgaremos seu nome. Nossos mais sinceros sentimentos à família e ao time da loja.”

Ouvido por CartaCapital, o bancário Ricardo Nascimento, de 35 anos, que estava no supermercado por volta do horário em que ocorreu a morte, disse que foi comunicado do falecimento por uma funcionária do caixa, que parecia abalada. Ricardo diz não ter escutado nenhum aviso formal com orientações, nem pelos agentes, nem pelos meios sonoros. Ele também relatou que havia outros clientes no momento, mas confirmou que a loja fechou a entrada.

“Eu perguntei: morreu de Covid? E ela: não, acabou de morrer, parece que uma máquina caiu. E eu perguntei: onde, aqui no mercado? E ela: é, lá no fundo”, afirmou. “Na hora que eu saí, no estacionamento, vi que o portão de entrada já estava fechado.”

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